Justiça de Goiás inicia julgamento de acusado pelo assassinato de Dona Neura, militante do MST

Justiça de Goiás inicia julgamento de acusado pelo assassinato de Dona Neura, militante do MST

Começa nesta terça-feira (23) o julgamento de Sidronio Alves de Lima, acusado pelo assassinato da ex-esposa, Neurice Torres, em 11 de setembro de 2022. Dona Neura, como era conhecida, era integrante ativa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Goiás.

O julgamento acontece no fórum da cidade goiana de Minaçu, cidade onde aconteceu o crime. Militantes do MST vão acompanhar de perto o julgamento. Pelo menos dois ônibus com militantes vão até a cidade, além de grupos que vão se deslocar em carros.

“Nossa expectativa é que seja feita justiça e ele venha a pagar pelo crime horrível que cometeu. Tirou de nós, do MST, uma militante muito valorosa. Vamos fazer uma vigília da porta do fórum durante todos os dias do juri e vamos acompanhar de perto. Estamos acompanhando a família desde o dia do crime e também a parte jurídica”, destacou Patrícia Cristiane, integrante direção do MST em Goiás.

Crime brutal

Dona Neura foi encontrada morta seminua, com a cabeça afundada em uma caixa d’água, no assentamento rural Dom Roriz, em Minaçu.

As investigações da Polícia Civil apontam que Sidronio é o principal responsável pelo crime. Ele estava separado de Neurice desde 2017, quando ela o denunciou por agressão e tentativa da estupro. Sidronio foi preso em 8 de outubro de 2022, após ficar quase um mês foragido.

Instantes antes de morrer, Neurice enviou mensagem a uma das filhas dizendo que estava com medo porque o ex-marido rondava a casa onde vivia. O assentamento fica na zona rural de Minaçu.

Homenagem

O MST acompanha o caso desde o início, e designou o advogado Allan Hanehmann Ferreira para atuar como assistente de acusação junto ao Ministério Público. Em outubro de 2023, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) formalizou a criação do Assentamento Dona Neura, em Hidrolândia (GO), nomeado em homenagem à militante.

Fonte: Brasil de Fato