De acordo com servidores da ABC, membros da diretoria, temendo repercussão negativa dos ‘programas’ , estão tirando vários deles do ar no Youtube, principalmente os relativos às eleições de 2022 e participações de Fred Rodrigues
Ao longo dos últimos quatro anos, o TBC Debate, transmitido pela TV Brasil Central, canal público da estatal ABC (Agência Brasil Central) fez campanha explícita em 2022 pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), e pela eleição de Fred Rodrigues a deputado estadual. Além de pautas favoráveis ao agora ex-presidente, o TBC Debate também jornalismo negativo contra o então candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT), contra o STF (Supremo Tribunal Federal), tendo como alvo de enfoque negativo o ministro Alexandre de Moraes.
Neste ano de 2024, também ficou claro o alinhamento da linha editorial do programa com a campanha de Fred Rodrigues em Goiânia.
De acordo com servidores da TBC ouvidos pelo Onze de Maio, a diretoria da TBC, após a decisão do governo do Estado de retirar do ar o “TBC Debate” está apagando vários vídeos do youtube, principalmente os que atingem a honra do presidente Lula, do ministro Alexandre de Moraes, e aqueles que enchem a bola de Fred Rodrigues.
Mas ainda há muitos vídeos no ar, porque a produção foi intensa.
Campanha de 2022
Durante a campanha presidencial de 2022 o “TBC Debate” foi francamente bolsonarista, promovendo pautas ácidas contra o então candidato Luís Inácio Lula da Silva, os títulos dos vídeos no Youtube são um exemplo deste jornalismo difamatório como o programa: “Lula e Alckmin: Aliança perfeita ou oportunismo?”, transmitido no dia 08/12/2021.
Um dos “clássicos”, desta série de “debates” foi: “Lula x Bolsonaro: Quem é o cara que vai mudar a vida do pobre”, exibido em 26/10/2022, que teve entre os debatedores o deputado cassado e atual candidato a prefeito pelo PL, Fred Rodrigues.
Não parou por aí. A campanha pró-Bolsonaro tratava de vitimizar o ‘mito’ e demonizar o candidato petista, como o “debate”: “Lula pode ser punido por ter chamado Bolsonaro de genocida?”, veiculado no dia 2 de agosto de 2022.
“Guerra Santa: Lula x Bolsonaro”, foi ao ar em 05/10/2022 para fustigar evangélicos contra o petista. “O próximo presidente da República deve apoiar o uso de armas?”, de 31/08/2022, fez apologia ao armamentismo bolsonarista e o ‘ilário’, “Lula dorme em hotel de R$ 6 mil a diária. PT longe da crise?“, veiculado em 14/07/2022, quis dizer que na campanha de Lula tinha “gastança, desconsiderando que Bolsonaro torrou R$ 60 bilhões para tentar se reeleger distribuindo dinheiro através do “bolsa caminhoneiro”, “bolsa Uber”, “bolsa taxista” e outras benesses que deixaram rombo no Orçamento da União.
Defesa do golpe e ataques a Moraes
Passadas as eleições, Lula continuou sendo alvo da pauta negativa do “TBC Debate”, que também passou a colocar na sua alça de mira o então presidente do STF, Alexandre de Moraes, responsável pelas investigações dos malfeitos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes foi o relator do inquérito do ‘Gabinete do ódio’,do inquérito das fake News e da tentativa de golpe de Estado do dia 08/01/2023.
Uma outra série de programas feitos no ‘TBC Debate’ defendeu os atos antidemocráticos e o golpe de 08 de janeiro, fazendo duras criticas ao ministro Alexandre de Moraes.
Entre as “pérolas estão os “programas”: “Repercussão do 8 de janeiro: quem venceu: Lula ou Bolsonaro?”, que foi ao ar em 09/01/2024; “Como você avalia Alexandre de Moraes no STF”?; de 13/08/2024; “Anistia 8 de janeiro, Lula vai impedir? ”exibido em 11/09/2024 e, no dia 29/09/2024 foi ao ar “Falhas de Moraes: 08 de janeiro pode ser revisado?”.
Continuando a série, também foram veiculados: “7 de setembro: Moraes na mira do impeachment”? 09/09/2024 e “Bomba: Oposição quer impeachment de Alexandre Moraes”; de 22/11/2023.
Provavelmente o TBC Debate será estudado nas faculdades de jornalismo como mau exemplo do uso de uma TV pública para divulgar discurso de ódio, fake news e para promover políticos extremistas. A AGU (Advocacia Geral da União) e o STF (Supremo Tribunal Federal) podem também se interessar pelo conteúdo difamatório contra as instituições Judiciário e Presidência da República, e também tomar suas providências.
Abaixo, mais alguns exemplos do “gabinete do ódio” do TBC Debate: