O senador Humberto Costa (PT-PE) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando investigação contra o PL por envolvimento na tentativa de golpe. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, que a Polícia Federal (PF) deflagrou quinta-feira (8).
Na sede do partido, na capital federal, a PF encontrou um documento para a decretação de estado de sítio e garantia da lei e da ordem (GLO). As medidas seriam adotadas caso o golpe fosse consumado.
Além disso, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, acabou preso na operação por posse ilegal de arma. No quarto do hotel Meliá, em Brasília, onde ele reside atualmente, os policiais também apreenderam uma a pepita com aproximadamente 39 gramas.
QG do golpe
Em relatório que embasou a operação, a PF classificou a sede do PL como “QG do golpe”. De acordo com as investigações, o local serviu como núcleo de “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”. Ao mesmo tempo, apontam Valdemar como o “principal fiador” dos questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral.
Nesse sentido, o senador pediu que o PL seja investigado por suposto financiamento de “atividades ilegais e criminosas”. Se comprovados os “ilícitos e atos criminosos”, pede que a PGR encaminhe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o pedido de cassação do registro da legenda.
Debandada
Reportagem do Metrópes informa que diante de um cenário de cassação, alguns dos congressistas do PL que sairão nas eleições deste ano, fizeram consultas a outros partidos do Centrão. O Republicanos ouviu de dois deputados a intenção de mudar de partido caso a casa caia. O União Brasil também seria uma saída.
O PL terá pelo menos 12 candidatos na eleição municipal. São eles:
- Sargento Gonçalves — Natal (RN);
- Delegado Éder Mauro — Belém (BA);
- Capitão Alden — Feira de Santana (BA);
- André Fernandes — Fortaleza (CE);
- Fernando Rodolfo — Caruaru (PE);
- Marcos Pollon — Campo Grande (MS);
- Abílio Brunini — Cuiabá (MT);
- Gustavo Gayer — Goiânia (GO);
- Delegado Ramagem — Rio de Janeiro (RJ);
- Carlos Jordy — Niterói (RJ);
- Rosângela Reis — Ipatinga (MG);
- Junio Amaral — Contagem (MG);
- Capitão Augusto — Bauru (SP);
- Rosana Valle — Santos (SP).
Os candidatos só poderiam mudar de partido durante a janela partidária, de 7 de março a 6 de abril. Mas, no caso de deputados, o mandato pertence ao partido e não ao indivíduo, por isso cada caso seria julgado individualmente pelo TSE (Tribunal Suerior Eleitoral).
Com informações da RBA e Metrópoles