Zé Dirceu e Delúbio Soares estão de volta à política

Zé Dirceu e Delúbio Soares estão de volta à política

Eles foram completamente inocentados das acusações da Lava Jato e outros processos de law fare pelo STF e STJ

 

Marcus Vinícius de Faria Felipe

Responsáveis diretos pela vitória do presidente Lula nas eleições de 2002, o ex-ministro José Dirceu e o sindicalista Delúbio Soares estão prontos para voltar à cena política. Ambos foram inocentados nos processos que haviam sido movidos contra ambos no âmbito das denúncias do chamado Mensalão e da Lava Jato.

Em 2002, José Dirceu era presidente do PT e Delúbio Soares, coordenador do grupo de trabalho que articulou a política de alianças do PT. As articulações politicas da dupla sensibilizaram o senador mineiro José Alencar, que trocou o PMDB pelo PL, para ser vice do presidente Lula. A aposta deu certo e Lula foi eleito presidente em 2002 e reeleito em 2006 ao lado de José de Alencar.

STF e STJ põe fim a law fare e inocentam petistas

Fundadores do Partido dos Trabalhadores , José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino e o presidente Lula foram vítimas nos últimos 20 anos do “law fare”, expressão em inglês que significa uso do Direito como arma de guerra contra adversários. Dirigentes máximos do PT,  eles orientaram a legenda, a ponto do PT vencer cinco das últimas seis eleições presidenciais . Por esta eficiência política, Dirceu e Delúbio foram perseguidos por setores da imprensa e setores do Judiciário que não queriam o PT no poder.

A situação dos petistas só começou a ser revertida quando o STF confirmou suspeição de Sergio Moro nos inquéritos da Operação Lava Jato. No dia 23/03/2023 a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal reconheceu parcialidade de ex-juiz Sérgio Moro na condenação de Lula no caso Triplex e por decisão majoritária, o colegiado entendeu que o então magistrado agiu com motivação política na condução do processo do ex-presidente Lula na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). A partir daí as sentenças contra Lula e os dirigentes do PT começaram a ser revertidas.

 

Na tarde desta terça-feira (21/05), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),  Kassio Nunes Marques e Gilmar Mendes acompanharam o voto do ex-ministro Ricardo Lewandovski e garantiram a maioria de três votos pela extinção da pena contra José Dirceu, que havia sido condenado a 8 anos, 10 meses e 28 dias pelo ex-juiz Sérgio Moro, por supostas acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia absolvido o petista pela acusação de lavagem de dinheiro.

Já o sindicalista ex-tesoureiro do PT e fundador da CUT, Delúbio Soares, foi inocentado por decisão do Ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a operação Lava Jato foi declarada incompetente para julgá-lo. Com isso, todos os atos do do ex-juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal de Curitiba,  foram declarados nulos.

A inocência de Delúbio Soares também foi reconhecida pelo  STF. A Corte Suprema, entendeu que a Lava Jato, na época de Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol, agiam política e ideologicamente contra o PT. O objetivo deles era tirar Luiz Inácio Lula da Silva da corrida presidencial e, consequentemente, chegar ao poder.

Parcialmente, o ex-juiz e o  e ex-procurador tiveram êxito, pois o ex-capitão Jair Bolsonaro foi eleito presidente em 2018 e, em 2022, Sérgio Moro foi eleito senador e Deltan deputado federal pelo Paraná.

 

Deltan teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral do Paraná e também no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e Moro enfrentou julgamento no TSE de cassação do seu mandato.

Em entrevista ao site Brasil de Fato, José Dirceu afirma que cogita ser candidato a deputado federal por São Paulo nas eleições de 2026; já Delúbio Soares, que percorre o Brasil divulgando sua revista “Delubio Soares, réu sem crime“, participa ativamente da política em Goiás, onde tem incentivado candidatos do PT nas cidades do interior, e na Capital. Ele é nome forte para Câmara Federal em 2026.

Com informações do Conjur, BdF e STF