O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) participou do podcast gospel “Positivamente” e defendeu que evangélicos abafem os escândalos sexuais de pastores. O episódio foi ao ar no sábado, 22.
Ele foi “entrevistado” pela modelo e neocrente Lizi Benites, nome artístico da gaúcha Elisiane Santa Helena Benitez. Quando era do elenco do “Pânico na TV”, Elisiane era conhecida como Piu-Piu. A seu lado estava o marido Wanderson Cardoso, o “Galego”, professor de artes marciais e dono de uma academia de muay thai.
“O que é um escândalo? É algo que aconteceu entre duas pessoas ou em um ambiente, e alguém foi culpado de pegar esse escândalo e propagá-lo. A Igreja Católica tem escândalos, ou não? Sim. Mas onde estão os escândalos na Igreja Católica? Os escândalos são terríveis. O que a Igreja faz? Ela abafa os casos. Não dá voz. Não é que não trate os casos. Os padres sofrem represálias, eles são levados de um lugar e enviados para o outro. Mas eles não são antropófagos (sic). Eles não ficam comendo a carniça”, disse Feliciano.
O apresentador do podcast retrucou Feliciano:
“Isso também não pode ser silenciado, porque o que é um crime, tem que ser tratado como crime, o que é pecado tem que ser tratado como pecado. Ele é um falso pastor”, ponderou o “Galego”.
Feliciano rebateu:
“Não, não fale isso. Deixe-me dizer-lhe uma palavra como pastor agora. São seres humanos. Todo humano erra, todo humano falha na vida, todo humano cai com a boca na poeira. Vamos orar pela vida dele. Oxalá que, agora, depois do que ele passou, Deus levante-o, Deus cure-o, trate dele por dentro. Agora, não vamos chamá-lo de ‘falso pastor’. Você não pode invalidar uma vida inteira de uma pessoa por causa de um ato falho. Isso é desumano. Nós temos o diabo para fazer isso. Não podemos fazer isso. A alma do crente precisa ser curada”, disse Feliciano.
Papa combate crimes sexuais
No caso da Igreja Católica Marcos Felicano mentiu. O Papa Francisco tem combatido durante os abudos sexuais de clérigos.
Durante pronunciamento na Jornada Mundial da Juventude, em Portugal, em agosto de 2023, O papa Francisco se reuniu com vítimas de casos de abusos sexuais cometidos por padres portugueses, e criticou os membros da hierarquia católica do país pela resposta ao escândalo. Segundo ele, ignorar o fato prejudicou a Igreja Católica e ajudou a afastar os fiéis.
Defesa dos molestadores
O que o pastor-deputado parece que não quer reconhecer é que o PL do Estupro mostrou toda hipocrisia do setor fundamentalista da bancada evangélica, que propõe pena de 20 anos para mulheres vítimas de estpro que fizerem o aborto legal previsto em lei desde 1940.
Ao defender o silenciamento dos crimes sexuais cometidos em igrejas, Feliciano dá a entender que age como quem quer dar guarita a pedófilos e estupradores.