Internautas gaúchos resgataram um vídeo do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), no qual ele anuncia o edital de concessão administrativa do Cais Mauá, em Porto Alegre. A publicação é de 18 de setembro de 2023 e mostra como ficaria a orla da capital gaúcha sem o muro. A ideia era criar condomínios empresariais e espaços de lazer.
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A tragédia climática que atinge o Estado do Rio Grande do Sul é o pior desastre natural já ocorrido na história da região. A elevação do rio Guaíba, que banha a capital, ultrapassou todos os registros históricos e alagou parte significativa da cidade de Porto Alegre.
Os efeitos da enchente poderiam ser menores se não houvessem ocorrido negligências por parte do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Mello (MDB) e do governo do Estado, chefiado por Eduardo Leite (PSDB).
Em seu governo, Eduardo Leite cortou o orçamento da Defesa Civil. Em 2022 a área contava com verba de R$ 1 milhão. Em 2023, ano em que as enchentes arrasaram o Estado, o montante foi reduzido para R$ 100 mil. Em 2024, o orçamento era de R$ 50 mil mesmo o Estado tendo enfrentado três grandes enchentes entre junho e novembro do ano anterior.
A pasta da gestão de projetos e respostas a desastres naturais caiu de R$ 6,4 milhões em 2022 para R$ 5 milhões em 2023. Em 2024, o recurso gira em torno de R$ 117 milhões, mas trata-se de um valor muito abaixo do necessário, cujo ideal foi estimado em R$ 83 bilhões. Ainda em seu primeiro mandato, em 2019, Eduardo Leite passou por cima do Código Ambiental do Rio Grande do Sul, propondo alterações em 480 pontos da lei ambiental a fim de flexibilizar as regras, demonstrando seu desprezo com medidas necessárias para conter o aquecimento global. Cabe ao governador responder: quais ações foram tomadas de outubro de 2023 até maio de 2024 para prevenir a tragédia que está acontecendo? Houve medidas para retirar pessoas das áreas de risco e construir estruturas de contenção das águas fluviais? O governador precisa dar essas respostas à população.
Em Porto Alegre, a má conservação dos portões de contenção do rio Guaíba levaram ao alagamento da cidade. A falta de manutenção nas bombas, constatada ainda nas enchentes de 2023, não sensibilizaram o poder público que se manteve omisso. A responsabilidade, neste caso, é do prefeito da capital gaúcha Sebastião Melo (MDB). As comportas 12 e 14, que não resistiram à força da água, estavam com suas estruturas enferrujadas, corroídas, emperradas, sem graxa e pintura. Cabe dizer que Porto Alegre possui o melhor sistema de proteção contra cheias do Brasil, composto por diques, casa de bombas, o Muro Mauá, comportas de superfície e de gravidade e ainda a estrutura predial da usina do gasômetro, um complexo investimento que ultrapassa a casa do bilhão de dólares construído desde 1941. A falta de manutenção e a negligência do poder público, no entanto, colocaram a perder todo o esforço de gerações para proteger a cidade.
Com informações do Poder 360 e Brasil 247