Candidato de Lula à presidência nacional do PT propõe volta as bases, mais diálogo com evangélicos e empreendedores e política de segurança pública
Marcus Vinicius de Faria Felipe
Ex-prefeito de Araraquara (SP) por quatro mandatos, Edinho Silva esteve na manhã deste sábado em Goiânia. Em encontro com a militância e as principais lideranças do PT de Goiás ele recebeu apoio à sua candidatura à presidência nacional do PT. No 6 de julho os petistas elegem as novas direções municipais, estaduais e nacional através do PED (Processo de Eleição Direta). O senador Humberto Costa (PT-PE), que substituiu a deputada federal Gleisi Hofmman na presidência do PT, requisitou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) urnas eletrônicas para a votação nos municípios.
Candidato apoiado pelo presidente Lula, Edinho Silva é ligado a tendência majoitária do PT a CNB (Construindo um Novo Brasil), que foi criada pelo presidente Lula, nos anos 1980, com o nome de Articulação. Outros nomes na disputa são o sindicalista Romênio Pereira, do Movimento PT, o historiador Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, o deputado federal Rui Falcão e o prefeito de Maricá, Wahsington Quaquá.
Plataforma
Edinho Silva diz que o principal desafio do PT é a luta contra o fascismo e pelo fortalecimento da democracia no Brasil. Neste sentido, diz que é preciso fortalecer a militância, ampliar a interlocução com os segmentos sociais e trabalhar para que a frente ampla que elegeu Lula em 2022, seja fortalecida e ganhe mais apoios.
O dirigente politico lembrou que o PT teve desde o seu nascedouro o apoio de segmentos das igrejas católica e evangélicas, e defendeu a reaproximação do PT destes segmentos, assim como dos movimentos sociais, sindical e associativos.
Para Edinho Silva é importante que o PT entenda que surgiu uma nova classe trabalhadora, que se identifica com os valores do empreendedorismo, e que é preciso dialogar com os trabalhadores das plataformas como os entregadores da IFood e aqueles ligados ao Uber e outras.
“Estes trabalhadores, que entregam comidas e encomendas, que trabalham no Ifood e Uber se vêem como empreendedores, e não percebem que são explorados pelas plataformas às quais prestam serviço. O PT precisa dialogar com estes profissionais, de forma que tomem consciência de seus direitos”, observa.
Edinho faltou de sua experiência como prefeito de Araraquara, quando sua administração ajudou estes trabalhadores a se organizarem em cooperativas, melhorando seus ganhos e qualidade de vida.
“Quem tá no Uber e o Ifood não quer saber de se associar a um sindicato, mas quando a gente conversa sobre cooperativismo, eles entendem e melhoraram de vida”, frisa.
Edinho também faltou da necessidade do Partido dos Trabalhadores discutir com a sociedade um novo modelo de segurança pública.
“A população brasileira não quer ser refém de uma politica de segurança fascista, que incentiva a violência policial e a repressão pura e simples. Temos que trabalhar por uma segurança que priorize as ações de inteligência, onde as ações repressivas sejam um recurso, e não o único recurso. Também temos que proteger nossas crianças e adolescentes, afastando deles os traficantes e os maus elementos, e garantido escola em tempo integral, creche para as mães trabalhadoras e cadeia para os aliciadores de menores. É preciso também pensar na inclusão dos ex-detentos ao mercado de trabalho, para que não caiam na tentação de voltar ao crime”, defende.

Apoio majoritário
No encontro com petistas goianos, Edinho recebeu o apoio dos deputados estaduais Antônio Gomide e Bia de Lima, dos federais Adriana Accorsi e Rubens Otoni, dos vereadores de Goiânia, Edward Madureira, Katia Maria e Fabrício Rosa e de vereadores do interior e presidentes do PT de Goiânia, Neyde Aparecida e do interio. Delúbio Soares, ex-coordenador das campanhas de Lula de 1989, 1998 e 2002, declarou apoio a Edinho, assim como o ex-prefeito Pedro Wilson e o ex-deputado Valdi Camarcio. Os três prefeitos do PT em Goiás foram representados pelo prefeito Aderson Gouvêia, da Cidade de Goiás. Olavo Noleto e Serjão Dias, representantes de Goiás no governo federal, reforçaram o apoio a Edinho Silva. Ludmila Barreto, assessora política da Secretaria Nacional de Mulheres do PT e Nádia Garcia, Secretária nacional da Juventude do PT, estão com Edinho. Superintendente do Iphan-GO, e ex-presidente do Cidadania, Gilvane Felipe prestigiou o encontro.
Movimento PT abre dissidência
Ex-deputado, com experiência de seis mandatos na Assembleia Legislativa, Luis Cesar Bueno, que é um dos fundadores da tendência Movimento PT, anunciou apoio a Edinho Silva, ressaltando que se junta a outras lideranças desta corrente politica, como o ex-deputado federal Geraldo Magela (PT-DF).
“Eu Magela e outros companheiros abrimos divergência no Movimento PT em favor de uma chapa de unidade que tem Edinho como representante, para fortalecer o partido e a reeleição do presidente Lula”, revela.
EPS
Ligado à EPS (Esquerda Popular e Socialista), o deputado estadual Mauro Rubem disse que tendência deve lançar um candidato para defender as teses de seus apoiadores, ressaltando que a tradição do PT é o debate de ideias, que no seu entendimento, areja o partido e proporciona o fortalecimento da militância.
PED em Goiás e Goiânia
Em Goiás, as tendências petistas devem eleger a deputada federal Adriana Accorsi para presidir a legenda no Estado, Em Goiânia a ex-deputada federal Neyde Aparecida é candidata a reeleição e também pode ser confirmada na eleição do dia 6 de julho.
Veja abaixo, vídeo com o discurso de Edinho Silva: