Vanderlan rebate Malafaia que o criticou por pautar na CAE no Senado projeto sobre cigarros eletrônicos

Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Vanderlan Cardoso (PSD) rebateu os ataques do pastor Silas Malafaia. De autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), o projeto tem como relator o senador Eduardo Gomes (PL-TO), que deu um parecer favorável.

No vídeo compartilhado na tarde do último sábado (17), o religioso pediu que os eleitores de Goiânia não votem no senador, que é candidato à Prefeitura.

Segundo Malafaia, Vanderlan ‘não tem vergonha na cara’ e ‘não é coerente com os princípios evangélicos’ ao pautar na CAE o projeto de regulamentação da produção e comercialização dos cigarros eletrônicos no Brasil. Em estudo com milhões de pessoas, pesquisadores coreanos indicam que ex-fumantes de cigarros convencionais que passaram a usar vapes enfrentam maior risco de câncer de pulmão que aqueles que pararam completamente.

Segundo a pneumologista Kristiane Rocha Moreira, do Sesa-SP, órgão da secretaria de saúde daquele estado que faz o combate ao tabagismo, “muitos adolescentes não sabem que os cigarros eletrônicos têm concentração maior de nicotina que os cigarros convencionais”.

 

Kristiana informa que o SUS tem tratamento contra o tabagismo e que tem aumentado o tratamento de adolescentes com dependência em cigarros eletrônicos.

Reação

Vanderlan disse ter ficado surpreso com o vídeo do religioso e classificou as falas como ‘injustas’ e ‘inoportunas’. Ele também questionou a motivação por trás dos ataques durante o período eleitoral, quando pesquisas indicam chances de vitória.

Vanderlan, disse que se posicionou de maneira contrária a liberação do cigarro eletrônico e ressaltou que tem a obrigação de colocar em discussão os projetos apresentados, para não ser visto como “ditador ou antidemocrata” ao desrespeitar seus colegas de Senado.

“Como senador e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, é minha responsabilidade levar a debate todos os projetos apresentados, mesmo aqueles com os quais pessoalmente eu discordo. O debate democrático deve prevalecer, e espero que essa proposta não seja aprovada”, declarou.

Vanderlan também lamentou que as críticas atingissem não só a ele, mas também a sua igreja e seus líderes, reforçando seu compromisso com os valores cristãos.

“Estamos em um momento importante para o futuro de Goiânia, e é essencial que o debate se mantenha construtivo e respeitoso. Confio em Deus, é Ele que nos guia com justiça e sabedoria em todas as nossas ações”, escreveu.

Adiamento

Após a repercussão das falas de Malafaia, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou a votação do projeto que visa regulamentar o uso de cigarros eletrônicos. A expectativa, segundo o jornal O Globo, é que a votação ocorra no início de setembro.

Desde 2009, a venda e a distribuição de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), incluindo cigarros eletrônicos, vapes e pods, são proibidas no Brasil. Em abril deste ano, a Anvisa decidiu manter o veto a esses dispositivos após uma extensa reavaliação.

O projeto prevê multas de R$ 20 mil para quem vender cigarros eletrônicos a menores de 18 anos e até oito anos de prisão para quem comercializar produtos que possam causar dependência física ou psíquica. O texto também define exigências para a fabricação, importação e comercialização, incluindo registro obrigatório na Anvisa e outros órgãos reguladores.

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