Falando em transporte público, Requião propõe uma mudança na forma de cobrança da tarifa de ônibus. Ao invés de pagar pelo número de passageiros, como atualmente é feito, o candidato do Mobiliza quer mudar, pagar por quilometro rodado. “Eu fiz isso quanto fui prefeito. Eu já fiz e faço de novo. Assumo e coloco uma frota pública e pago por quilometro e não por passageiro”, compara. Caso seja eleito, Requião não pensa em novos modais, pensa sim nos moradores dos bairros.
“Eu e o [Jaime] Lerner somos planejadores urbanos. E nós não fizemos o metrô. É um custo fantástico e desnecessário. O metrô de superfície é genial, mas hoje nos bairros as pessoas andam em ônibus lotados”.
Mas não descartou, por exemplo, o VLT que vem sendo pensado pelo Governo do Estado para ligar o Centro Cívico ao aeroporto Afonso Pena — desde que não seja com recurso público. “Só se for privado. Quem vai para o aeroporto de táxi ou de carro tem como pagar a tarifa do VLT, mas minha prioridade são as pessoas que andam em ônibus lotados nos bairros”, repetiu Requião.
O ex-prefeito e ex-governador também comentou a questão dos radares e multas em Curitiba — tema recorrente nas últimas eleições. Requião criticou a falta de padronização da velocidade e chegou a classificar a atuação dos radares como “pegadinha”. “Multa e radar podem existir para disciplinar o transito e não para achacar o motorista e fazer lucro para iniciativa privada e a prefeitura”, criticou.
Requião aposta no conceito de Polícia Comunitária
Outro tema muito presente nas eleições em Curitiba é a segurança pública. Há décadas Requião aposta no conceito de Polícia Comunitária, dos agentes de segurança mais perto das pessoas na qual autoridade e população se conhecem pelo nome. Na avaliação do candidato do Mobiliza, ela estaria presente nos bairros onde há uma incidência maior de ocorrências. “Nos bairros mais afastados, você vai viabilizar o policiamento comunitário, porque a violência é maior”, disse. Garantiu que, se eleito, vai determinar que os guardas de Curitiba utilizem as bodycam, câmeras corporais que registram a atuação deles numa ocorrência.
Ele citou como exemplo a Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, na região metropolitana. “Era a região mais violenta do Paraná”, recordou Requião. A comunidade surgiu em 1991 e passou por uma transformação com a organização da comunidade com projetos nas áreas de saneamento, saúde e segurança. “Pus a polícia lá dentro. Evidente que ainda sobrou algum marginal naquele processo, que acabou se retirando sem que a polícia precisasse agir, porque a comunidade estava organizada”. Sobre a ideia de dar poder de polícia à Guarda Municipal, Requião apenas afirmou que “não quer dar nem não dar” e que “quem resolve poder da polícia é o Congresso Nacional”.
Requião pretende se debruçar inicialmente na formação da equipe de secretariado e no transporte coletivo, caso seja eleito em outubro. “Fazer com que seja o melhor e mais barato do Brasil”, afirmou. E em caso de revés nas urnas, não pensa em aposentadoria. Falando nisso… com relação à aposentadoria especial de ex-governador, direito que ele busca no Supremo Tribunal Federal, Requião lembrou, por exemplo, que seus dois vices, Mário Pereira e Orlando Pessuti, recebem atualmente o benefício e ele não.
Do alto dos 83 anos ele não pensa em parar de fazer política. Pelo contrário. Espera viver “ao menos mais 30 e poucos anos”, todos eles na política.
“Acho isso fundamental. Discutir ideias e levantar o nível de consciência do povo. O Brasil só muda quando o nível de consciência popular tiver numa altura de entendimento sobre o que acontece.”
Com informações do Blog Politicamente