Sem tempo de rádio e TV, Requião mobiliza eleitores através das redes sociais

Sem tempo de rádio e TV, Requião mobiliza eleitores através das redes sociais
Quem não caça com cão, caça com gato.
O candidato a prefeito de Curitiba Roberto Requião de Mello e Silva, sem tempo de propaganda eleitoral nas rádios e tevês, recorre às redes sociais para falar com o eleitor.
Conhecedor das demandas de Curitiba, ele percorre as ruas da capital paranaese conversando com eleitores e apresentando suas propostas nos seus canais do Youtube e Instagram.
Roberto Requião foi deputado dstadual no Paraná, prefeito de Curitiba, governador do Paraná três vezes e senador duas vezes. É pai do deputado estadual do Paraná Requião Filho. Nas eleições de 2022, após perder o MDB para o governador Ratinho Júnior (PSD),  disputou o governo do Estado pelo PT. Nestas eleições filiou-se ao Mobiliza-33, partido que não tem deputados na Câmara Federal, e por isto não possui direito ao tempo da propaganda eleitoral do TRE-PR.
O ex-governador do Paraná foi o grande destaque do primeiro levantamento da Quaest, divulgado no final de agosto, que o colocou com 18%, empatado tecnicamente com Eduardo (19%), mas a sua ausência do palanque eletrônico do rádio e da televisão está cobrando um preço, e Requião está perdendo espaço, vendo seus adversários se distanciar nas pesquisas eleitorais.

 

Apesar das dificuldades, Requião aposta na sua experiência politica e nos bons serviços prestados por seus governos.  Aos 83 anos, mas exibindo vitalidade de um “sessentão”, Requião investe no corpo-a-corpo com o eleitor e nas redes sociais fala de maneira clara, simples e direta, que tanto caracterizam seu estilo político.
 Requião se mostra antenado com a vida digital. Muitas de suas propostas do plano de governo preveem a implantação de Inteligência Artificial como soluções de problemas nas mais diversas áreas: desde serviços públicos passando pela saúde, gestão de resíduos sólidos e na mobilidade urbana.

Falando em transporte público, Requião propõe uma mudança na forma de cobrança da tarifa de ônibus. Ao invés de pagar pelo número de passageiros, como atualmente é feito, o candidato do Mobiliza quer mudar, pagar por quilometro rodado. “Eu fiz isso quanto fui prefeito. Eu já fiz e faço de novo. Assumo e coloco uma frota pública e pago por quilometro e não por passageiro”, compara. Caso seja eleito, Requião não pensa em novos modais, pensa sim nos moradores dos bairros.

“Eu e o [Jaime] Lerner somos planejadores urbanos. E nós não fizemos o metrô. É um custo fantástico e desnecessário. O metrô de superfície é genial, mas hoje nos bairros as pessoas andam em ônibus lotados”.

Mas não descartou, por exemplo, o VLT que vem sendo pensado pelo Governo do Estado para ligar o Centro Cívico ao aeroporto Afonso Pena — desde que não seja com recurso público. “Só se for privado. Quem vai para o aeroporto de táxi ou de carro tem como pagar a tarifa do VLT, mas minha prioridade são as pessoas que andam em ônibus lotados nos bairros”, repetiu Requião.

O ex-prefeito e ex-governador também comentou a questão dos radares e multas em Curitiba — tema recorrente nas últimas eleições. Requião criticou a falta de padronização da velocidade e chegou a classificar a atuação dos radares como “pegadinha”. “Multa e radar podem existir para disciplinar o transito e não para achacar o motorista e fazer lucro para iniciativa privada e a prefeitura”, criticou.

Requião aposta no conceito de Polícia Comunitária

Outro tema muito presente nas eleições em Curitiba é a segurança pública. Há décadas Requião aposta no conceito de Polícia Comunitária, dos agentes de segurança mais perto das pessoas na qual autoridade e população se conhecem pelo nome. Na avaliação do candidato do Mobiliza, ela estaria presente nos bairros onde há uma incidência maior de ocorrências. “Nos bairros mais afastados, você vai viabilizar o policiamento comunitário, porque a violência é maior”, disse. Garantiu que, se eleito, vai determinar que os guardas de Curitiba utilizem as bodycam, câmeras corporais que registram a atuação deles numa ocorrência.

Ele citou como exemplo a Vila Zumbi dos Palmares, em Colombo, na região metropolitana. “Era a região mais violenta do Paraná”, recordou Requião. A comunidade surgiu em 1991 e passou por uma transformação com a organização da comunidade com projetos nas áreas de saneamento, saúde e segurança. “Pus a polícia lá dentro. Evidente que ainda sobrou algum marginal naquele processo, que acabou se retirando sem que a polícia precisasse agir, porque a comunidade estava organizada”. Sobre a ideia de dar poder de polícia à Guarda Municipal, Requião apenas afirmou que “não quer dar nem não dar” e que “quem resolve poder da polícia é o Congresso Nacional”.

Requião pretende se debruçar inicialmente na formação da equipe de secretariado e no transporte coletivo, caso seja eleito em outubro. “Fazer com que seja o melhor e mais barato do Brasil”, afirmou. E em caso de revés nas urnas, não pensa em aposentadoria. Falando nisso… com relação à aposentadoria especial de ex-governador, direito que ele busca no Supremo Tribunal Federal, Requião lembrou, por exemplo, que seus dois vices, Mário Pereira e Orlando Pessuti, recebem atualmente o benefício e ele não.

Do alto dos 83 anos ele não pensa em parar de fazer política. Pelo contrário. Espera viver “ao menos mais 30 e poucos anos”, todos eles na política.

“Acho isso fundamental. Discutir ideias e levantar o nível de consciência do povo. O Brasil só muda quando o nível de consciência popular tiver numa altura de entendimento sobre o que acontece.”

 

Com informações do Blog Politicamente