Reinaldo Azevedo sobre Bebianno: “Legado que deixa é detestável e indesculpável”

Reinaldo Azevedo sobre Bebianno: “Legado que deixa é detestável e indesculpável”

Da Coluna de Reinaldo Azevedo no UOL.

Falemos, então, um pouco sobre a obra de Gustavo Bebianno, que morreu de infarto na madrugada deste sábado.

Tão logo tomei conhecimento de sua existência, em 2017, achei seu pensamento e sua militância detestáveis. E não mudei de ideia mesmo depois de ele ter sido defenestrado do governo Bolsonaro. Não caiu, é claro!, em razão do laranjal que o PSL cultivou durante a eleição de 2018, denunciado, com fartas evidências documentais e testemunhais, pela Folha. Fosse assim, Marcelo Álvaro Antônio não seria ministro do Turismo, pasta que tem Ronaldinho Gaúcho como “embaixador” — é aquele que, no momento, brilha na artilharia nos jogos de um presídio no Paraguai.

Ninguém sabe direito por que Bebianno caiu. As explicações variam de Freud (Carluxo, o filho que pretende ser pai do pai) a loucuras mais comezinhas: Jair Bolsonaro desconfiava que seu subordinado buscava estabelecer diálogo com o que ele chama “mídia podre” à sua revelia.

Poder-se-ia dizer que o ex-ministro leva consigo alguns arcanos. À jornalista Thaís Oyama, Bebianno chegou a dizer, no entanto, que guardava segredos da campanha em local seguro dentro e fora do país, expressando o temor de que pudesse ser morto. Expôs os motivos: o “capitão” mantém vínculos muito próximos com policiais bons, mas também com os maus. O tempo dirá se um dos prováveis fantasmas se agiganta e vem assombrar os Bolsonaros — como se outros não houvesse, não é mesmo?, e disso deve saber a alma inquieta do miliciano Adriano da Nóbrega Magalhães. Não há remédio para certo tipo de insônia, presidente. Adiante.

(…)

Colaborou para que gente como Carla Zambelli chegasse à Câmara, aquela que não hesita em recorrer ao Twitter para celebrar a sua morte, vendo nela o justo castigo divino. Duvido que ela própria acredite nisso. Mas essa mercancia de valores trevosos é útil à sua carreira.

 

Edição: DCM

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