Uma psicóloga que foi presa em flagrante suspeita de chamar um técnico de futebol infantil de macaco, em Goiânia, foi solta pela Justiça após passar por audiência de custódia. De acordo com a decisão, o juiz responsável pela sentença afirmou que a psicóloga não apresenta riscos à ordem pública e que é primária.
Em um vídeo gravado por testemunhas, a mulher tenta se justificar do crime (assista acima). Segundo ela, no momento em que tudo aconteceu, três jogadores estavam na frente dela e o técnico, na opinião dela, estava se movimentando como um “macaco”.
“Estavam três jogadores, três meninos, do time deles. E eles técnicos ficam gesticulando, né? E eu falei assim: ‘ah porque, ah lá, óh, eles ficam parecendo macaco’. Aí ele está achando que eu falei contra a pessoa dele, contra a pele dele”, disse a mulher.
Em nota, o Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP-09) disse que repudia qualquer forma de racismo e discriminação racial e que “é fundamental que a Psicologia, enquanto ciência comprometida com o respeito à diversidade e à promoção da justiça social, se posicione firmemente contra qualquer prática que fira esses valores. Quaisquer ações que fujam de tais parâmetros não refletem a atuação ética da nossa categoria”.
Prisão
Pessoas que presenciaram a cena chamaram a Polícia Militar, mas a mulher teria conseguido fugir do lugar onde o campeonato acontecia.
A vítima, então, acionou os policiais civis plantonistas da Central de Flagrantes que foram até a casa da mulher, no Setor Marista. Lá, segundo o delegado, o marido da psicóloga afirmou que sua esposa estava sendo vítima de perseguição e inveja pelo fato dela ser bonita e bem-sucedida.
A psicóloga foi presa em flagrante no mesmo dia pelo crime de racismo, que é inafiançável. Se condenado, a pena pode ser de 2 a 5 anos de prisão.
“A Perseguida”
O marido da psicóloga disse que a mulher estava sendo vítima de perseguição e inveja pelo fato dela ser bonita e bem-sucedida. A declaração, segundo o delegado Humberto Teófilo, que é responsável pelo caso, foi dada no momento em que a mulher foi presa em flagrante.