Prefeito Roberto Naves e o candidato Marcio Correa depuseram no inquérito que apura as mortes de empresários
No domingo (27) o eleitor de Anápolis decide quem vai governar o município nos próximos quatro anos, tendo como finalistas o empresário Marcio Correa (PL) e o deputado estadual Antônio Gomide (PT).
Marcio é recém convertido ao bolsonarismo. A quatro meses ele deixou o MDB, partido onde foi eleito suplente de deputado federal para se filiar ao PL e desfilar com a camisa amarela da seleção brasileira. A amarelinha da seleção, aliás, agora é a sua segunda pele, não esconde que em 2022, ele, Marcio Correa, não apoiou Jair Bolsonaro, ao contrário, estava pedindo votos para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que no segundo turno apoiou Lula (PT).
Numa entrevista coletiva, no início do mês de setembro, o prefeito Roberto Naves (Republicanos), denunciou que estava sendo alvo de ameaças. Disse que o empresário Marcius Sallum, conhecido em Anápolis como ‘Cabeção’, transmitiu um recado de Marcio Correa, de que temia por sua vida´, pois os assassinos do fazendeiro Luiz Carlos Ribeiro e do empresário Fábio Escobar teriam interesse de eliminá-lo.
As denúncias do prefeito estão gravadas no vídeo de seu depoimento à Polícia Civil de Goiás. Roberto Naves, e posteriormente, Marcio Correa foram ouvidos no inquérito que investiga o grupo de extermínio composto por dez ex-policiais militares, que são acusados pelo assassinato de Luiz Carlos e de Fábio Escobar.
Roberto Naves aponta a ligação de Marcio Correa com dois PM´s acusados de terem participado dos assassinatos. Segundo o prefeito, eles eram seguranças de Márcio, que é dono de imobiliária que tem imóveis em Anápolis e Aparecida de Goiânia.
Outra situação que causa estranheza é o fato de Marcio Correa, na condição de deputado federal, ter ido ao Presídio Militar de Goiás conversar com dois destes assassinos investigados.
Mas chama também atenção o fato de que Roberto Naves, Marcio Correa e Marcius Sallum fazerem parte do mesmo círculo político. Todos eles são de direita, como agora é moda dizer. Naves é amigo de Sallum que é amigo de Correa. Cabeção já apoiou Roberto Naves nas suas eleições e apoia atualmente a campanha de Marcio Correa, que apoiou Roberto Naves em 2020, no segundo turno daquelas eleições, quando Roberto Naves foi reeleito.
Todos eles estão juntos e misturados, na política ou nos inquéritos policiais.
As investigações estão suspensas até o final do segundo turno, mas uma pergunta está no ar: ao final das investigações há possibilidade de algum dos três se sentarem no banco dos réus?
Desde 2021, com a morte de Fábio Escobar, e novamente em 2023, com o assassinato de Luiz Carlos, Anápolis não sai das páginas policiais, e a depender do resultado das eleições, o município vai continuar tendo políticos no roll dos suspeitos.