PMDB encolhe em Goiânia e nas principais cidades

PMDB encolhe em Goiânia e nas principais cidades

Pela primeira vez, desde a redemocratização, o partido, que já governou Goiânia por cinco vezes, fica sem candidato a prefeito na Capital

Marcus Vinícius de Faria Felipe

O partido, que chegou a ter mais de 100 prefeitos na Era Iris-Maguito elegeu menos de 30 prefeitos nas eleições de 2020, e agora perde mandatários para o União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, nas principais cidades de Goiás como na Capital, Goiânia e na vizinha Aparecida de Goiânia. Esta foi uma constatação na matéria “MDB perde espaço nas principais cidades”, escrita pela experiente jornalista Andreia Bahia, no jornal Tribuna do Planalto.

“As últimas movimentações da base de apoio do governador Ronaldo Caiado visando escolha de candidatos a prefeito eleitoralmente viáveis tirou do MDB a oportunidade de ser cabeça de chapa nas principais cidades do Estado: Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis”, observa a jornalista. Acrescento a esta lista Senador Canedo e Trindade, na região metropolitana de Goiânia e Itumbiara, no Sul do Estado, cidade onde tradicionalmente o MDB sempre elegeu prefeitos.

Desde a redemocratização, em 1985, esta será a primeira vez que o MDB não terá candidato a prefeito em Goiânia. Andréia Bahia lembra que após as tentativas de lançamento das candidaturas de Ana Paula Rezende e de Jânio Darrot o projeto foi abortado, para que o empresário e ex-deputado Sandro Mabel fosse lançado pelo União Brasil, como representante da base governista na Capital.

Em Anápolis, lembra Andréia Bahia, após o investimento do MDB em Márcio Correia, na sua campanha à Câmara Federal, ele deixou o partido para concorrer pelo PL, do inelegível ex-presidente Jair Bolsonaro. Já em Aparecida de Goiânia, o prefeito Vilmar Mariano, candidato natural à reeleição, teve a legenda disputada pelo ex-deputado Leandro Vilela, e optou por deixar o MDB e filiar-se ao União Brasil, interrompendo uma série de administrações emedebistas, que já teve como prefeitos Norberto Teixeira (1982-1988), Sebastião Viana (1989-1992), Ademir Menezes (1993-1996), Maguito Vilela (2009-2012 e 2013-2016) e Gustavo Mendanha (2017-2020 e 2021-2022).

Se nas eleições de 2020 o MDB elegeu pouco mais prefeitos que o PSDB, PP e Podemos, neste pleito de 2024 o partido corre o risco de repetir o que ocorreu com o antigo PPB (atual PP), durante os governos de Marconi Perillo (PSDB). Quando venceu em 1998, o PSDB era minúsculo e o PPB, do vice-governador Alcides Rodrigues e do deputado federal Roberto Balestra era o grande partido da oposição. Na virada dos 20 anos de mando tucano o PP virou partido nanico e o PSDB – assim como o PMDB, de Iris e Maguito, – superou a marca dos 100 prefeitos.

Já dizia o filósofo alemão que a história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa.

 

Com informações do Tribuna do Planato – Foto: redes sociais