O enrero deste ano da Grande Rio foi baseado no mito tupinambá da Onça como animal que traz o poder da vida. O mito está descrito no livro “Meu destino é ser onça” (Ed. Record), de Alberto Mussa, que traz várias histórias de nações indígenas brasileiras e conta sobre a formação do povo brasileiro.
O livro afirma que somos brasileiros há pelo menos 11 mil anos. Em tantos anos de história, os tupis-guaranis migraram e influenciaram outras populações das Américas.
mds a grande rio já levou pic.twitter.com/EYVM4KUbMB
— paloma (@tzdacoronelas) February 12, 2024
Segundo a sinopse do enredo da escola neste carnaval, “metáfora viva dos rituais antropofágicos, a onça é uma chave para que sejam pensadas as disputas identitárias brasileiras e a nossa eterna capacidade de devorar para recriar – e renascer, rebrotar, revidar, deglutir”. “Mais do que o animal em si, o bicho, o ser divino, sagrado, que ergueu reinos, em nosso imaginário. Bordou de força e bravura as narrativas de matriz oral dos povos originários, as lendas costuradas em folguedos e canções”.
A Rainha da Bateria da Grande Rio personificou o enredo na Sapucaí com uma fantasia de onça, com um efeito especial que transformava a atriz no animal.
“Vim de onça, transformadora, devoradora, símbolo máximo dessa nossa lenda indígena”, contou Paolla ao gshow, na preparação para entrar na avenida.
Paola oliveira simplesmente PERFEITA virando onça #Globeleza #granderio pic.twitter.com/3mHC0BSloB
— jacque (@jacquecoment) February 12, 2024
Confira a letra do enredo:
Trovejou! Escureceu!
O velho onça! Senhor da criação
É homem fera! É brilho celeste, devora e se veste de constelação
Tudo acaba em fogaréu e depois transborda em mar
A terceira humanidade
Cuaraci vem clarear
Ê Sumé nas garras da sua ira
Enfrentou Maira
Tanto perseguiu
Seus herdeiros vivem esta guerra
Povoando a terra
O bicho mais feroz rugiu
É preta, parda, é pintada feita a mão
Sussuarana no sertão que vem e vai
Maracajá, jaguatirica ou jaguar
É jaguarana, onça grande mãe e pai
Yawalapiti, Pankaruru, Apinajé
Na voz do povo Wareté
Na flecha de tupinambá
Do tempo que pinta pedra
A fé de ser encantada
Onça loba, onça alada
Na memória popular
Kiô… kiô kiô kiô kiera
É cabocla e mão torta
Pé de boi que o chão recorta
Travestido de pantera
Kiô… kiô kiô kiô kiera
A folia em reverência
Onde a arte é resistência
Sou Caxias bicho fera
Werá werá aue naurú wera que
A aldeia Grande Rio ganha a rua
No meu destino a eternidade
Traz no manto a liberdade
Mensagem na alegoria da Grande Rio pic.twitter.com/b8a5Me0fkS
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Olha essa onça da Grande Rio, SOCORROOO! ❤️ 💚 🤍 🐯 #Globeleza pic.twitter.com/n1vUjRPSgd
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