Relatório da Aneel no mês de março indicou a Equatorial do Rio Grande do Sul como pior serviço de distribuição energia do Brasil
A Equatorial Energia fechou durante a madrugada a compra da CELG-D, a distribuidora de energia de Goiás. O anúncio foi confirmado pelo Brazil Journal. A matéria registra que a Celg-D havia se tornado uma dor de cabeça para a italiana Enel devido às constantes quedas de energia que a empresa havia se comprometido a resolver, mas não resolveu e os cortes no fornecimento de energia que continuam a atormentar o consumidores goianos. A Equatorial está pagando R$ 1,6 bilhão pela CELG-D e assumindo a dívida líquida de R$ 5,9 bi reportada em 31 de março, o último balanço publicado.
Em 2018, um ano depois de comprar a CELG-D por R$ 2,2 bi, a Enel reconheceu uma base de ativos regulatória (RAB) de R$ 3 bi. De lá para cá, os italianos investiram R$ 5 bilhões na empresa, o que sugere que a RAB atual seja de pelo menos R$ 8 bi.
Nas suas redes sociais o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) falou sobre a venda da Enel para a Equatorial, ressaltando que a empresa italiana não vinha realizando bons serviços no Estado. Ele não comentou no entanto, que a Equatorial é tão o mais ruim que a Enel, conforme aponta avaliação feita anualmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
Disputando as piores posições

No dia 16 de março, quinze dias antes da divulgação do balanço da Enel, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou dados sobre a qualidade do serviço de todas as distribuidoras do Brasil. Entre as 29 concessionárias de grande porte avaliadas a subsidiária do Grupo Equatorial no RS foi a última colocada, constando como pior serviço de energia elétrica do país. A RGE, que também atende o Estado do Rio Grande do Sul, ficou na 17ª posição. No balanço de 2021, a Equatorial Maranhão, aparecia na 28ª, abaixo justamente da Enel-GO.
O ranking é elaborado com base no Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) das concessionárias em relação aos limites estabelecidos pela ANEEL para esses indicadores.
Ao longo de 2021, o serviço de fornecimento de eletricidade permaneceu disponível por 99,865% do tempo, na média do Brasil. Os consumidores ficaram 11,84 horas, em média, sem energia no ano. A frequência das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 6,06 interrupções em 2020 para 5,98 interrupções em média por consumidor em 2021.
Quedas de energia no RS
E é justamente na questão da queda de energia que a Equatorial repete a Enel, seja no Rio Grande do Sul ou em outras unidades do país. Conforme ANEEL, a Equatorial Pará em 2020 estava em segundo lugar na lista, caiu para sétimo. E a Equatorial Maranhão, que era a oitava melhor, virou a segunda pior, em 28º lugar, só superada pela própria distribuidora Equatorial RS em má qualidade de serviço.
De acordo com a ANEEL o ranking é elaborado exatamente como um incentivo para que as concessionárias busquem a melhoria contínua da qualidade do serviço, e no início de 2022 a Equatorial RS continua com muitas interrupções e demora no restabelecimento da de energia. A agência avaliou as concessionárias no período de janeiro a dezembro do ano passado, divididas em dois grupos: de grande porte, com mais de 400 mil unidades consumidoras, e de menor porte com o número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.