Marcelo Heleno lança livro de poesias

Marcelo Heleno lança livro de poesias

Radialista e jornalista retoma carreira literária com poemas em estilo “Geração Y” com textos curtos e impactantes.

Veja abaixo o comentário sobre o livrodo jornalista, cordelista e poeta Nilson Gomes, escrito no Jornal Opção:

 

Nilson Gomes Carneiro

Especial para o Jornal Opção

Marcelo Heleno tem cinco livros publicados e dezenas de composições musicadas por artistas como o cantor Lucas Faria. Escreve em jornais. Craque nas diversas mídias digitais. Mas sua grande realização continua sendo ter feito a melhor rádio de que se tem notícia, a RBC FM, com Kleber Adorno, PX Silveira, Pio Vargas e Carlos Brandão na Secretaria de Cultura do governo de Henrique Santillo, 1987 a 1990. De volta às manchetes, só que agora do outro lado da tela, lança “Poemas na rede”, pela editora Contato Comunicação, na Biblioteca do Sesi (Rua 19, esquina com Rua 15, Centro de Goiânia), a partir das 20h desta sexta-feira 10/11.

Os poemas, minúsculos, cabem com folga no X, antigo Twitter, uma das redes em que Marcelo Heleno marca presença. As exceções são alguns musicados por ele mesmo, Silvana Gasquez, Rondon de Castro e Maria Eugênia. Outro diferente é o belíssimo “Presente de Natal”, oferecido à mãe, Aparecida (leia na íntegra ao final desta resenha). Um dos textos resume a obra: “Temos tantos sons/ Temos todos tons/ Podemos ser bons”. E alguns são mesmo muito bons. O livro é oferecido a um trio de amigos já mortos, duas glórias da cultura, o escritor Fausto Rodrigues Valle e o músico Otávio Daher, e uma da gestão pública, José Taveira Rocha. Daher e Taveira estiveram na mídia durante alguns anos, chance que o médico Fausto Valle não teve. Infelizmente. Trata-se de um magistral poeta. Marcelo também corre o risco de chegar lá.

Marcelo Heleno: poeta goiano | Foto: Magdiel Rezende/Divulgação Contato Comunicação

As três décadas sem apresentar livros renderam-lhe versos como “Impossível deter o tempo/Não se desfaz na fumaça dos desejos/Não se deixa domar ao fim dos dias Não volta, não dá notícia// Insaciável o tempo”. E esta maravilha sobre o tema: “Te esperei/ Uma vida inteira/ E foi pouco tempo// O cansaço dos anos todos/ Me trouxe rugas// Marcou o meu reboco// São tantos dias/ Renovando a esperança/ Que a vida traiu// E o coração pulsa/ Leve como criança/ Guardado o vulcão”.

Marcelo está com 57 anos e vivia a erupção da menoridade ao ocupar espaços com suas bem-traçadas linhas: ainda era 1984 quando estreou com “Um foco de luz abraça a imensidão da solidão da gente”. O último havia sido “Diabetes”, de 1993. Por que tamanho interregno?

“De início foi opção de vida, me dedicar especialmente aos filhos e à profissão [o jornalismo]. A internet supriu em parte, sim, o lado poeta. Mas senti a necessidade de reunir parte desse trabalho em algum lugar. A dúvida era fazer o livro físico ou digital. Conversando com o Iuri Godinho [dono da Contato Comunicação], ele não só sugeriu como comprou a ideia de fazer o livro impresso”.

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