O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Nova York desde o último fim de semana para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). No domingo (24), ele discursou na Cúpula do Futuro, promovida pelo órgão.
Em viagem marcada na tentativa de defender o Brasil como um dos países protagonistas na luta contra as mudanças climáticas, o presidente Lula se encontrou com dirigentes da empresa petrolífera britânica Shell em Nova York nesta segunda-feira (23). A informação foi divulgada pelo portal UOL.
Porém, a reunião com dirigentes não foi informada na agenda oficial do presidente. Conforme a publicação, parte do governo petista considerou a decisão um erro por conta da defesa de Lula na pauta ambiental, o que ficou presente no discurso na ONU. Ao longo do dia também ocorreram encontros bilaterais com a Comissão Europeia e o governo alemão.
Lula teve o encontro com representantes da Shell em meio a descobertas de novos campos de petróleo na Margem Equatorial, principalmente na região próxima à foz do rio Amazonas. Para fazer pesquisas mais aprofundadas na região, a Petrobras ainda depende de licenças ambientais concedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Durante a Assembleia Geral da ONU, prevista para a próxima terça (24), o presidente Lula deve ressaltar a seca histórica vivida pelo Brasil, intensificada pelas mudanças climáticas, e os incêndios florestais em todo o país. Entre os membros da comitiva brasileira, está a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Já na Cúpula do Futuro, em breve discurso, Lula afirmou que o Pacto para o Futuro da ONU, aprovado neste domingo (22), ainda não é suficiente para lidar com as crises estruturais de suas instituições multilaterais.
Por determinação do presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), os chefes de Estado estavam limitados a apenas cinco minutos para discursar. Lula também se viu prejudicado pelo limite de tempo imposto, mas mesmo depois de ter tido seu microfone cortado, continuou até concluir sua fala.
A iniciativa da ONU de tentar resgatar os organismos multilaterais e tentar chegar a compromissos dos governos em áreas como clima, inteligência artificial e governança global, nas palavras de Lula, careceu de “ambição e ousadia”, apesar de reconhecer avanços, como a criação de uma instância de diálogo entre presidentes e líderes de instituições financeiras internacionais que promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial.
“Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar nosso maior fracasso coletivo”, destacou o presidente ao longo de sua fala no domingo (22).