O empreendimento, inserido no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), evidencia um raro momento de cooperação entre gestões que frequentemente se encontram em lados opostos do espectro político. Lula enfatizou a importância da colaboração entre os entes federativos, defendendo que o governo federal não deve utilizar sua capacidade de investimento como ferramenta política. “A normalidade é a relação civilizada entre os entes federados”, declarou.
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No evento no Porto de Santos, o presidente Luis Inácio Lula da Silva e o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) evitaram confrontos. Lula defendeu “relação civilizada” entre líderes, enquanto Tarcísio agradeceu ao petista por priorizar a obra, projetada há 101 anos.
Ao elogiar Lula publicamente, o governador sinaliza pragmatismo, mas mantém ambiguidade sobre futuro político. Enquanto aliados veem chance de projetá-lo como “gestor acima de ideologias”, o entorno do presidente enxerga tentativa de amortecer críticas à gestão estadual.
Obra centenária sai do papel

O governador Tarcísio de Freitas destacou que a ideia remonta a 1924 e que sua execução é aguardada há mais de um século. Segundo ele, o túnel é a “cereja do bolo” de diversas intervenções na região. O projeto prevê um túnel de 1,5 km de extensão, com 870 metros submersos, e inclui três faixas de rolamento por sentido, uma delas dedicada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos para pedestres e ciclistas.

Atualmente, a travessia entre Santos e Guarujá é feita por balsas, que transportam aproximadamente 23 mil veículos diariamente, e um fluxo de 78 mil pessoas/dia, ou pela rodovia Cônego Domenico Rangoni. A demora pode variar de 20 minutos a duas horas, enquanto o túnel permitirá que o trajeto seja concluído em menos de dois minutos. A obra depende agora do leilão de agosto na B3.