Líderes europeus apoiam secretário-geral da ONU e criticam reação de Israel a críticas

Líderes europeus apoiam secretário-geral da ONU e criticam reação de Israel a críticas
Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres declarou, nesta quarta-feira (25), ter ficado “chocado” com a reação israelense ao seu discurso — Tel Aviv pediu sua demissão e indicou que ele estava “justificando os atos do Hamas”.
Ontem (24), durante reunião na ONU sobre o conflito entre Israel e Hamas, Guterres disse que o ataque do grupo palestino “não vem do vácuo” e que “o povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante”, pedindo também um cessar-fogo imediato.

“[…] as reivindicações do povo palestino não podem justificar os ataques terríveis do Hamas. E esses ataques não podem justificar a punição coletiva do povo palestino”, acrescentou o secretário-geral.

A reação de Tel Aviv foi imediata. Além do cancelamento de uma reunião que o chanceler israelense teria com Guterres, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdanpediu a demissão do secretário.

“Estou chocado com as interpretações das minhas declarações de ontem [24], como se estivesse justificando atos de terror pelo Hamas. É falso, foi o oposto”, afirmou a autoridade, segundo o jornal Expresso. Em Nova York hoje (25), Guterres destacou novamente que “nada pode justificar a morte e o rapto de pessoas, seja em que tipo de ato for”.

Guterres, que é português, teve apoio do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e do presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Em uma nota publicada no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado afirma que “sempre interpretou as sucessivas declarações do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, proferidas desde o injustificável ataque do Hamas em Israel, como sendo conformes à salvaguarda dos valores e princípios decorrentes da Carta das Nações Unidas“.
Já Costa afirmou que perante a “tragédia humanitária” o secretário-geral tem sido “exemplar” na afirmação humanista do direito internacional nas Nações Unidas.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também apoiou o secretário-geral da ONU: “Quero transmitir toda a minha afeição e todo o apoio do governo espanhol […] ao nosso secretário-geral das Nações Unidas. Penso que o que ele está fazendo é levantar a voz por uma grande maioria das sociedades do mundo que querem uma pausa humanitária no conflito”, sublinhou o premiê, segundo a portuguesa TSF Rádio de Notícias.

Fonte: Sputinik Brasil