A Praça de São Pedro explodiu em aplausos e comoção nesta tarde de quinta-feira (8), quando, às 13h (horário de Brasília), a tão aguardada fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, anunciando ao mundo que os cardeais reunidos em conclave haviam escolhido o novo líder da Igreja Católica. Após pouco mais de 24 horas de deliberação, a Igreja tem um novo pontífice: o cardeal Robert F. Prevost, de 69 anos, que adotará o nome de Papa Leão XIV.
A escolha foi confirmada momentos depois pelo tradicional anúncio feito pelo cardeal protodiácono no balcão central da Basílica de São Pedro: “Habemus Papam!”. Sob uma chuva de aplausos e gritos de alegria, o novo papa apareceu com semblante sereno e um leve sorriso, acenando à multidão que se aglomerava desde a manhã no coração do Vaticano.
O resultado veio no segundo dia de conclave, surpreendendo pela agilidade. Ontem, no primeiro dia, uma votação não decidiu. Hoje, a terceira votação do conclave decidiu pelo Papa Leão XIV. A agilidade pode indicar a força da continuidade do trabalho do Papa Francisco.
Papa norte-americano
Robert Francis Prevost é o primeiro papa nascido nos Estados Unidos. Natural de Chicago, Illinois, e membro da Ordem de Santo Agostinho, foi bispo de Chiclayo, no Peru, antes de ser chamado por Francisco para ocupar um dos cargos mais importantes da Cúria Romana: prefeito do Dicastério para os Bispos, posição que ocupava desde 2023.
Com longa experiência missionária na América Latina e profundo conhecedor das realidades do Sul Global, Prevost é considerado uma ponte entre o pragmatismo administrativo romano e a sensibilidade pastoral latino-americana. Sua eleição representa uma continuidade com o pontificado de Francisco, sobretudo em temas como a sinodalidade, o cuidado com os pobres e a reforma institucional da Igreja.
Início de um novo ciclo
O Leão XIV celebrará sua primeira missa como pontífice na manhã desta quinta-feira, 8 de maio, diante da multidão reunida na Praça de São Pedro. Em seguida, receberá os cardeais que participaram do conclave para uma reunião privada e, nas semanas seguintes, começará a definir os rumos de seu pontificado, incluindo possíveis mudanças na Cúria.
Sua eleição ocorre em um momento crítico para a Igreja, que enfrenta tensões internas sobre temas como a inclusão de leigos e mulheres nos processos decisórios, os escândalos de abuso sexual e o diálogo com a modernidade. Com sua combinação de firmeza doutrinal e abertura pastoral, Leão XIV chega ao trono de Pedro com a missão de renovar a confiança dos fiéis e conduzir a Igreja por águas complexas — e, talvez, promissoras.
Quem foi Leão XIII
Dezenas de papas utilizaram Leão como primeiro nome, e o último a ostentar esta nomenclatura foi Gioacchino Pecci, em 1878.
Leão XIII promoveu reformas significativas no sistema educacional católico, valorizou a filosofia e a diplomacia e trabalhou pela paz no seu tempo de pontificado de 25 anos (1878 a 1903).
Seu papado ficou marcado pela famosa encíclica Rerum Novarum (1891), que abordou a questão operária, em favor dos direitos dos trabalhadores e da justiça social. Este documento é considerado o marco inicial da Doutrina Social da Igreja Católica.
Leão XIII também ficou conhecido como o “Papa do Rosário” por ter escrito doze encíclicas sobre o tema entre 1883 e 1898. Essas encíclicas, como Supremi Apostolatus Officio (1883) e Laetitiae Sanctae (1893), destacam a importância do Rosário como instrumento de fortalecimento da fé e meio de contemplação dos mistérios da vida de Cristo. Ele incentivou a prática do Rosário como resposta espiritual aos desafios de sua época.
Fonte: TVT News e G1 – Fotos: reprodução TV e Vaticano
