Jornalismo perde Mazinho, mestre que treinou gerações de repórteres no jornal e na TV

Jornalismo perde Mazinho, mestre que treinou gerações de repórteres no jornal e na TV

Mazinho foi Chefe de Redação no DM, editor em O Popular, editor na antiga TV Goyá, era músico, pescador e uma alma querida por todos que o conheceram

Marcus Vinícius de Faria Felipe

O jornalismo goiano amanheceu mais pobre neste sábado com a perda de  Lorimá Dionísio Gualberto, o e Mazinho. Ele faleceu na sexta-feira (20), aos 79 anos, no Hospital Anis Rassi, em Goiânia. Mazinho se destacou no jornalismo goiano, passando por diferentes redações de jornais impressos como O Popular, Diário da Manhã, Ponto de Vista, Jornal da Segunda,  TV Goyá (antiga TV Tupi), Record e TV Brasil Central. Ele atuou também em várias campanhas eleitorais e em assessorias de comunicação nos governos municipais e no Governo do Estado.

Nos anos 1980 ao lado de Célio Resende (Jubinha) foi o Editor do programa “Goiânia Urgente”, na TV Goyá/Tupy, que tinha como bordão “A cidade inteira participando”. Mesmo com poucos recursos, colocava matérias “ao vivo”, uma inovação para época. As aspas em “ao vivo”, é porque um link ao vivo era caríssimo na época, o programa gravava passagens na rua e colocava no ar como se fosse ao vivo. Foi uma revolução, e toda concorrência passou a imitar aquele estilo de jornalismo popular, que hoje pode ser visto em programas como o “Balanço Geral”, apresentado por Oloares Ferreira.

O “Goiânia Urgente” criou quadros como “O homem da gravata branca”, um repórter que fazia a cobertura policial com pitadas de humor, bem ao gosto dos anos 1980, mas que seria impensável nos dias de hoje. Foi sob a batuta de Mazinho que ganharam nome e fama os jornalistas Luiz Carlos Bordoni, Leleco, Raquel Azeredo e Afonso Lopes.

Mazinho também era músico. Fundou nos anos 1960 a banda Esquema Cinco,  que tocava músicas da Jovem Guarda e o pop romântico daquela época. Ele também era pescador, daqueles que conheciam os melhores locais nos rios Araguaia, Crixás e Javaés.

Na sua passagem pelo jornalismo, música, pescarias e assessorias, Mazinho deixou muitos amigos. Tive o privilégio de trabalhar com ele na redação do Diário da Manhã (1995), e depois na assessoria de comunicação do governador Alcides Rodrigues (2008).  É um amigo que deixa boas lembranças no meu coração.

O velório do corpo do jornalista foi realizado neste sábado (21), no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia.