O governador bolsonarista do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), quer comprar por R$ 2 bilhões com dinheiro do Banco Regional de Brasília (BRB), o Banco Master, instituição pendurada de dívidas pelo qual o BGT-Pactual ofereceu comprar por R$ 1,00.
Esta é uma batata-quente que está esquentando na mão do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deve decidir nos próximos dias. Ibaneis anunciou na sexta-feira (28) a compra de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master.
O Master, tem um rombo estimado em R$ 30 bilhões e pertence ao banqueiro Daniel Vorcaro, conhecido como “lobo da Faria Lima” pela sua petulância financeira, que colocaria no bolso – dele e dos sócio – entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões dos cofres que estão prestes a ser abertos pelo governador do Distrito Federal.
Na prática, a transação visa entregar o controle do BRB para Vorcaro, atual presidente do Master que terá assento e pode assumir a Presidência do Conselho de Administração do BRB, caso o Banco Central dê aval à transação.
A operação causa estranheza nos principais jornais de economia do país. O Valor Econômico tratou disto em matéria específica, onde relata que “grandes instituições financeiras se surpreenderam com anúncio da transação entre bancos”.
Outra matéria, publicada pelo Estadão, diz que “BC foi alertado sobre operações fora do padrão do banco Master”, ressaltando que “o banco oferecia produtos mais arriscados alardeando a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Essa operação vai quebrar o BRB e empurrar a conta deste absurdo para o povo do Distrito Federal. O Banco Central precisa impedir esse escândalo”, afirmou Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), à Fórum.
Em vídeo nas redes, Cappelli, que atuou como interventor no GDF após a tentativa de golpe – que envolveu Ibaneis Rocha -, classificou o fato como “escândalo” e chamou a atenção das autoridades.
“O que é mais grave é que com esses R$ 2 bilhões não é para assumir o controle do banco. Ele [Ibaneis] está pagando por 49% das ações do banco. São R$ 2 bilhões para salvar o banqueiro quebrado amigo”, alerta Cappelli.
Com informações do Estadão, Valor e Revista Fórum