É uma vergonha para o povo goiano assistir nas redes sociais a festa para o retorno do prefeito Naçoitan Leite (União Brasil), que reassumiu a Prefeitura de Iporá (GO) nesta segunda-feira (19), três meses após ser preso e indiciado por tentar matar a ex-mulher e o namorado dela. Ele deixou a cadeia na última sexta-feira (16), quando o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) concedeu liberdade provisória mediante medidas cautelares, que incluem uso de tornozeleira eletrônica e distanciamento das vítimas.
Em Goiás houve aumento de 52,7% nas ocorrências de feminicídio em 2023, ano em que o prefeito atentou, sem sucesso, contra a vida da sua ex-esposa.
A posse de Naçoitan se dá três dias após outra tentativa de feminicídio em Iporá. Na última sexta-feira, 16/02, empresário Horácio Neto tentou matar com três tiros a sua ex-sogra, Nilva Camargo Soares, de 55 anos.
Horácio foi condenado por matar Vanessa Camargo, sua esposa que na época estava grávida. Ela foi morta com um tiro na cabeça na frente do filho de dois anos. Horácio cumpriu 5 anos de cadeia e estava em liberdade condicional. Saiu da cadeia para matar. A vítima está internada, e Horário foi morto em confronto com a PM do município.
A sociedade de Iporá deve refletir sobre o que está ocorrendo na cidade. Não faz bem a uma cidade apoiar políticos com histórico de violência e truculência.
O mesmo Naçoitan, que tentou matar a ex-esposa é o mesmo que ameaçou eliminar Lula e ministros do Supremo Tribunal Federal.
Logo após a divulgação dos resultados das eleições de 2022, quando Lula foi eleito, o prefeito de Iporá declarou que aqueles que não votaram no petista deveriam “arregaçar as mangas” para eliminar o presidente e um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nós temos que eliminar o Alexandre de Moraes e o Lula. Dois homens que estão acabando com o Brasil, vai virar uma guerra civil. Vamos arregaçar as mangas. Ou é agora ou vamos virar a Venezuela ou pior que a Venezuela”, disse.
Com a repercussão negativa, ele pediu desculpas nas suas redes sociais:
Em 2018 foram registrados 36 feminicídios, número que aumentou para 40 em 2020, saltando a 54 mulheres assassinadas em 2021 e 55 em 2023, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás.
Tomara que Iporá não contribua novamente para ampliar esta triste estatística em Goiás.
