O governo do Egito enviou convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participação do Brasil em reunião de cúpula para tratar da guerra na Faixa de Gaza. A reunião com lideranças de diversos países será no próximo sábado (21), no Cairo. E terá como principal foco a saída de estrangeiros do território palestino e a criação de corredores humanitários para o envio de alimentos e remédios à população civil da Palestina, alvo de ataques sem precedentes.
Há 12 dias, após ataque do grupo armado Hamas, o território está cercado e é alvo de bombardeios contínuos das forças militares de Israel. O número de mortos já passa de 4 mil.
O Palácio do Planalto aceitou o convite do governo egípcio. Ainda não foi definido o nome do representante do presidente Lula, que se recupera de uma cirurgia no quadril e não está autorizado a viajar. Po
Saída após veto dos EUA
O convite ocorre após a tentativa do Brasil, que preside neste mês o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), de aprovar uma resolução no colegiado para por fim ao conflito. A proposta condenava os atos do Hamas contra Israel em 7 de outubro e apelava pela libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis do grupo armado. A resolução também pedia cessar-fogo para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A diplomacia brasileira obteve amplo apoio em torno de um texto de consenso. Mas a oposição dos Estados Unidos, que é membro permanente do Conselho a tem poder de veto, frustrou a expectativa de ver a resolução aprovada. Além do Egito e Brasil, outros países árabes, como Jordânia, Catar e Turquia devem participar. No entanto, nenhuma lista oficial dos países participantes da cúpula neste sábado foi divulgada até o momento.
No último fim de semana, Lula falou por telefone com o presidente do Egito. Um avião da Presidência da República está no país e aguarda para fazer a repatriação de cerca de 30 brasileiros que estão em Gaza, perto da fronteira com o Egito. A travessia da fronteira ainda não foi autorizada.
Negociações continuam na ONU
Na noite de ontem (18), o ministro brasileiro das Relações Exteriores foi a Nova York para participar de novas rodadas de negociações pelo cessar-fogo. O Brasil ainda tenta costurar uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU. Interlocutores da pasta afirmaram ao portal g1 que a diplomacia brasileira ainda não deu por encerrada a negociação com outros países que integram o colegiado. O veto dos Estados Unidos pegou de surpresa o Brasil e também os demais países do conselho, entre os quais Rússia e China.
“Nós temos que esperar um pouco a evolução dos fatos e ver se há condição de acomodar. Tem que ser uma proposta diferente da atual, porque se repetirmos a mesma proposta, evidentemente que terá o mesmo resultado”, afirmou o chanceler ontem em depoimento à Comissão de Relações Exteriores do Senado.
RBA com portal g1 e Agência Brasil – foto: Agência Wafa