A ex-presidente Dilma Rousseff comentou nas redes sociais sobre o ataque sofrido por Miriam Leitão pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PL). Ela repudiou a ação do deputado e disse que “os Bolsonaro têm compromisso com a tortura”.
“Os Bolsonaro têm compromisso com a tortura. O pai é autor de um voto abjeto ao apoiar o golpe que me destituiu. Também desrespeitou o pai do ex-presidente da OAB, Fernando Santa Cruz, morto pela ditadura. Agora, o filho segue a tradição, num desprezível ataque a Miriam Leitão”, escreveu a ex-presidente no Twitter.
Além da ex-presidente, outras lideranças do PT, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, e a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, repudiaram o ataque de Eduardo Bolsonaro à jornalista. Diversos outros políticos também prestaram apoio à Miriam Leitão.
Eduardo Bolsonaro ataca Miriam Leitão

Foto: Reprodução
No último domingo (3), por meio das redes sociais, o parlamentar republicou uma coluna da jornalista no Globo, na qual ela afirmava que Jair Bolsonaro (PL) é um inimigo da democracia. Na legenda, o deputado escreveu: “ainda com pena da cobra”, fazendo uma referência à tortura sofrida pela jornalista durante a ditadura.
Dilma, que também foi vítima de tortura no período militar, relembrou que o presidente Jair Bolsonaro homenageou seu torturador, o coronel Brilhante Ustra, durante a sessão de votação da abertura de seu processo de impeachment.
Reação
Miriam Leitão se manifestou sobre a tortura da qual foi vítima em reportagem do Globo de 2014. “Dois dias depois de ser presa e levada para o quartel do Exército em Vila Velha, cidade próxima a capital Vitória, no Espírito Santo, a jornalista Míriam Leitão, na época militante do PCdoB, foi retirada da cela e escoltada para o pátio. Seu suplício, iniciado no dia 4 de dezembro de 1972, até ali já incluía tapas, chutes, golpes que abriram a sua cabeça, o constrangimento de ficar nua na frente de 10 soldados e três agentes da repressão e horas intermináveis trancada na sala escura com uma jiboia. A caminho do pátio escuro, os torturadores avisaram que seria último passeio, como se a presa estivesse seguindo para o fuzilamento”, diz a reportagem.
Baninha
Pré-candidato a deputado federal por São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) pediu pelo Twitter nesta terça-feira (5) a cassação do deputado federal Eduardo (PL-SP), que nesta semana atacou de maneira vil a jornalista Miriam Leitão.
O parlamentar compartilhou no Twitter uma coluna da jornalista e escreveu “ainda com pena da cobra”, em referência a uma das sessões de tortura sofrida por Miriam Leitão.
Boulos lembrou que houve omissão quando Jair Bolsonaro (PL), enquanto deputado federal, saudou o mais sanguinário torturador da ditadura militar, coronel Carlos Brilhante Ustra, na ocasião da votação do impeachment – injusto – da ex-presidente Dilma Rousseff. O mesmo não pode ocorrer com Eduardo Bolsonaro, argumenta o psolista. “Bolsonaro passou quase 30 anos na Câmara defendendo torturadores. Devia ter sido cassado quando exaltou a tortura de Dilma por Brilhante Ustra. Não podemos repetir a omissão com seu filhote Bananinha”
Com informações do DCM e Brasil247