Desaprovação do governo cai nas pesquisas Quaest e Atlas

Ao divulgar nova rodada de pesquisas sobre a avaliação do governo, a Quaest chamou atenção por apresentar um número de desaprovação que, mesmo dentro da margem de erro de 2%, é melhor do que o apontado pela AtlasIntel.

Com 54% de desaprovação, aplicando-se o intervalo de confiança de 95%, o número efetivo fica em torno de 51,3%. Isso colocaria a pesquisa da Quaest praticamente empatada com a da Atlas, que indica 53,6%, mas com margem de erro menor: apenas 1%.

A avaliação mais crítica recai sobre o intervalo entre as pesquisas. A Quaest divulga sua pesquisa a cada três meses, o que pode ter acentuado a percepção de uma mudança brusca. Se a empresa tivesse feito uma rodada há 20 dias, a tendência era de que os números fossem piores para o governo, o que indicaria uma recuperação mais gradual.

A Atlas, por sua vez, divulga mensalmente suas medições e mostra uma curva mais estável. A coincidência entre os números da Quaest e o limite inferior da margem da Atlas chama atenção. O comportamento dos dados indica que o governo estaria, de fato, revertendo parte da rejeição.

Aprovação de Lula na Quaest

Há quem veja na estratégia da Quaest uma atuação mais voltada ao mercado e à narrativa do momento. Apesar disso, não há indícios de manipulação grosseira dos dados. “Eles vendem o que precisa ser vendido, mas não mentem descaradamente”, resume uma fonte.

A leitura é de que o cenário político começa a favorecer o Planalto — e os números, aos poucos, vão acompanhando.

 

Virada em favor de Lula

O diretor da Quaest, Felipe Nunes, expôs no X o que ele considera fatores que podem representar uma virada de jogo:

Considero crucial para essa virada que o governo consiga mudar a percepção majoritária da população de que o Brasil está indo na direção errada.

Além disso, Lula terá que fazer um governo diferente do que vem fazendo nos últimos 2 anos se quiser mudar esse quadro tão negativo. Não dá pra continuar com as mesmas soluções se quiser alcançar resultados distintos.

Há duas medidas concretas que foram tomadas recentemente pra tentar mudar esse quadro. Primeiro veio a extinção na taxação de alimentos importados. A medida ainda não é tão conhecida e divide o eleitorado sobre sua eficácia.

Entre quem desaprova o governo, 37% acreditam que a medida vai ajudar a reduzir os preços dos alimentos. Mesmo não sendo a maioria, se fizer efeito na percepção, pode alterar a avaliação de um grupo numericamente significativo.

A outra aposta do governo é a reforma da renda. A expectativa de 23% dos brasileiros é que eles sejam integral ou parcialmente beneficiados pela proposta de isenção do governo. Estamos falando de aproximadamente 46 milhões de pessoas que tem a expectativa de algum benefício.

Entre quem acredita que vai passar a ser isento, metade espera que a melhora da renda seja significativa. Entre quem acredita que vai ser parcialmente beneficiado, 35% esperam uma melhora significativa da renda a partir do novo benefício.

Com informações do DCM e redes sociais

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