Entenda: Como será o conclave para eleger o próximo Papa?

Quem são os candidatos a Papa?

Os cardeais conservadores
Fridolin Ambongo Besungu

65 anos
Kinshasa, República Democrática do Congo
Nomeado por Papa Francisco, o cardeal Fridolin atua como arcebispo de Kinshasa e segue uma linha mais conservadora da Igreja Católica.
Ambongo Besungu já afirmou publicamente que se opõe às bênçãos de casamentos entre pessoas homossexuais, dizendo “que as uniões entre pessoas do mesmo sexo são consideradas contraditórias às normas culturais e intrinsecamente más”.
Péter Erdö

72 anos
Budapeste, Hungria
Considerado conservador, Péter ressalta as visões cristãs tradicionais em sermões pela Europa, indo contra as ideias mais progressistas de Francisco.
Em 2015, durante a crise migratória de refugiados do Oriente Médio, Erdö se alinhou ao discurso do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban e se opôs ao apelo do Papa Francisco para que as igrejas acolhessem os imigrantes.
Robert Sarah

79 anos
Youkounkoun, Guiné
Crítico do Papa Francisco e querido da ala conservadora da Igreja Católica, o cardeal criticou publicamente a autorização de bênçãos para casais homoafetivos e declarou que a “ideologia de gênero” é uma ameaça à sociedade.
Prefeito-emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, Sarah desaprova as restrições às missas tradicionais em latim e é contra o fundamentalismo islâmico. Caso eleito, seria o primeiro papa negro e um aceno da Igreja aos ideais conservadores.
Os cardeais moderados
Mario Grech

68 anos
Gozo, Malta
Tendo um perfil mais moderado, Mario se alinha às reformas promovidas pelo Papa Francisco nos últimos anos. Contudo, seus aliados insistem que o sacerdote é conhecido por muitos cardeais e dialoga bem entre o campo conservador e progressista.
Secretário do Sínodo dos Bispos, Grech reiterou que vê os desafios e as mudanças enfrentadas pela Igreja Católica com positividade. Segundo ele, a Igreja deve superar a nostalgia do passado para que continue relevante para as sociedades modernas.
Em 2014, o cardeal se mostrou a favor de uma maior receptividade dos católicos LGBTQIAPN+ pela Igreja.
Peter Kodwo Appiah Turkson

76 anos
Nsuta, Gana
Nomeado por João Paulo II em 2003, foi o primeiro cardeal ganês. Peter tem uma inclinação conservadora, mas se opõe à criminalização de relacionamentos homoafetivos em países africanos, dizendo que “a homossexualidade não deveria ser tratada como uma ofensa”.
Em 2012, Turkson foi acusado de fazer previsões alarmistas sobre a disseminação do islamismo na Europa durante uma conferência de bispos do Vaticano, episódio pelo qual se desculpou mais tarde.
Pietro Parolin

70 anos
Schiavon, Itália
Secretário de Estado do Vaticano sob o papado de Francisco, Pietro se destaca como um papa diplomata e a favor da comunicação.
Porém, Parolin já condenou a legalização do casamento homoafetivo no mundo, chamando de “derrota para a humanidade” a votação na Irlanda em 2015, em que resultou a favor da comunidade homossexual.
Os cardeais progressistas
Juan Jose Omella

79 anos
Barcelona, Espanha
O cardeal espanhol se dedica as causas sociais e a promoção da justiça social. Acreditando nos ideais de Francisco, Omella defendeu em entrevista que a sociedade “não deve ver a realidade apenas pelos olhos daqueles que mais têm, mas também pelos olhos dos pobres”.
De 1999 a 2015, Juan trabalhou no combate a fome e a pobreza em países subdesenvolvidos em cooperação com a ONG espanhola Manos Unidas.
Luis Antonio Gokim Tagle

67 anos
Manila, Filipinas
Nomeado por Bento XVI em 2012, Luis Antonio já foi considerado um dos cardeais “favoritos” do Papa Francisco. Comprometido com a equidade e a defesa dos direitos humanos, o cardeal já foi presidente da organização humanitária católica Caritas Internacional, e é visto como um nome que daria continuidade às reformas progressistas lideradas por Francisco.
Em 2015, quando era arcebispo de Manila, Luis Antonio pediu que a Igreja Católica reavaliasse sua postura em relação à comunidade LGBTQIAPN+, divorciados e mães solteiras, afirmando que todo indivíduo merece compaixão e respeito.
Matteo Maria Zuppi

69 anos
Roma, Itália
Considerado o mais progressista dos candidatos, Matteo foi nomeado cardeal por Francisco em 2019, com uma trajetória de vida de luta pela justiça social. O sacerdote foi mediador de um acordo de paz em 1992 entre o governo de Moçambique e a Resistência Nacional Moçambicana, grupo envolvido na guerra civil do país, que deu fim ao conflito.
Sob o apelido “padre de rua”, Zuppi defende abraçar a diversidade e “rejeitar o ódio”, seguindo concepções de Francisco. O sacerdote aprova a inclusão da comunidade LGBTQIAPN+ e o celibato opcional para os padres.
TVTNews, ftos: VatcanNews