Bolsonaro pede anistia, Caiado defende legado do ex-presidente

Bolsonaro pede anistia, Caiado defende legado do ex-presidente

 

ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu neste domingo (25) durante ato na Av. Paulista (SP) que o Brasil passe uma “borracha no passado”, em referência a tentativa de golpe de Estado que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e que o Congresso Nacional elabore um projeto de lei que possa anistiar os golpistas.

“Teria muito a falar, tem gente que sabe que eu falaria. O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados. É, por parte do parlamento brasileiro, uma anistia para os pobres coitados que estão presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos”, explicou Bolsonaro.

 

O ex-presidente insistiu no tema e disse que “nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil”, mas não especificou sobre qual período da história se referia. Em 1979, uma lei serviu para anistiar os agentes do Estado que aturam na ditadura militar e que cometeram crimes.

Presente ao ato, o governador Ronaldo Caiado defendeu o legado do ex-presidente:

“O Brasil que acredita no direito de propriedade, nos princípios familiares, no combate à criminalidade. Esse é o Brasil que Bolsonaro construiu e nós vamos continuar”, ressaltou Caiado.

As declarações foram dadas durante o ato pró-Bolsonaro. Cerca de quatro quarteirões da via estiveram ocupados para a manifestação, o que sugere uma presença de público menor do que esperado pelos bolsonaristas.

“Foi abaixo do público que eles pretendiam, que era entre 500 mil e 700 mil, mas foi uma demonstração de força”, pontua o cientista política Rudá Ricci. “Acredito que o discurso do Bolsonaro acabou ofuscado pelo Silas Malafaia.”

Sem provas, o pastor Silas Malafaia sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia da tentativa de golpe de 8 de janeiro. “Mas eu tenho algumas perguntar para fazer: primeiro, por que Lula saiu às pressas de Brasília e foi para Araraquara (a enchente em Araraquara ocorreu no dia 28 de dezembro, 10 dias antes)? Ele foi avisado que ia ter baderna?”, perguntou o líder religioso.

“A fala do Malafaia foi horrível e ele deu a entender que o Lula sabia do 8 de janeiro, ele avançou no sinal em temas muito sensíveis. Qual o interesse de um líder religioso em se expor desse jeito? O Malafaia quer ser preso? Se sim, por quê? Quer dizer que foi perseguido como Jesus? Tem alguma coisa que não está muito clara”, argumenta Ricci.

Bolsonaro foi incluído na relação de investigados dos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o magistrado, o ex-presidente manteve “intensas reações” nas redes sociais, que teriam inflado os golpistas.

Rapidinho

Chamou a atenção a pressa com que Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, passou pelo ato. Ele discursou na manifestação por apenas 20 segundos e antes que o ex-presidente chegasse ao local, para evitar uma fotografia conjunta.

“Vim aqui para falar que vocês transformaram o PL no maior partido do Brasil. Pátria, saúde e liberdade, com a família”, disse Neto, que em seguida entregou o microfone e foi embora da avenida Paulista com uma comitiva do partido.

Costa Neto foi o único presidente de partido a aparecer na manifestação. Nenhuma outra legenda enviou representantes para manifestar apoio a Bolsonaro. Entre os governadores bolsonaristas eleitos em 2022, apenas quatro estiveram no ato.

De acordo com a CNN, Costa Neto recebeu a orientação de se manter afastado de temas polêmicos e de Bolsonaro, durante a manifestação deste domingo. Por isso, elegeu fazer uma passagem relâmpago por São Paulo.


O ato contou com a presença de quadrúpedes / @Lucas Porto Fotografo

 

Com informações do BdF