"Black Fraude": Pesquisa mostra que comerciantes aumentam preços antes de dar "desconto" na "promoção" de fim de ano

"Black Fraude": Pesquisa mostra que comerciantes aumentam preços antes de dar "desconto" na "promoção" de fim de ano

Assim como outros hábitos importados pelo comércio brasileiro, a Black Friday já virou uma tradição. E com ela, vem a igualmente tradicional manipulação dos preços por muitas das lojas, redes e supermercados. Uma das formas encontradas para se tirar vantagem dos consumidores é aumentar o preço antes para fazer com que ele pareça menor depois, nos dias da promoção. Os campeões foram os tênis, que subiram, em média, 36%

Conforme pesquisa feita pela plataforma de comparação de preços Buscapé, nos períodos de 1º a 7 e de 15 a 22 de outubro, foi verificada alta de preços em diversas categorias de produtos. Os recordistas foram os tênis, cujo preço saltou, em média, 36%; geladeira e ar condicionado vieram na sequência, com aumentos de 13% e 7% respectivamente.

Na sequência vêm máquina de lavar (+4%), micro-ondas (+2%), tablet (+2%), console de videogame (+1%) e  TV (+1%). No caso de notebook, celular e smartphone, houve redução de 3%.

Uma forma de lidar com o problema, por parte do consumidor, é ficar atento e na medida do possível, pesquisar previamente os preços. Ao mesmo tempo, as autoridades de defesa do consumidor são um importante instrumento nessas horas.

No caso do Procon de São Paulo, ao longo do mês de novembro, postos de atendimento foram montados em estações de metrô — como Sacomã — e da CPTM — como Tatuapé e Jabaquara. Também há unidades móveis percorrendo o litoral e o interior.

Além disso, o Procon-SP vem usando as redes sociais para divulgar com recomendações e dicas que podem ajudar os consumidores a identificar sites suspeitos e anúncios que parecem ofertas vantajosas, mas não são. Os consumidores também serão orientados a se precaver contra golpes e práticas abusivas de lojas.

Para lidar com os problemas comuns nessa temporada promocional, o órgão ainda enviou comunicados a empresas com reclamações por ele e outras entidades representativas dos fornecedores, com sugestões sobre a conduta que devem assumir para respeitar o direito dos consumidores e evitar a repetição das queixas feitas durante a Black Friday do ano passado.

Serasa lista as fraudes mais comuns na Black Friday:

Saiba quais são os golpes mais comuns nesta época e previna-se da Black Fraude

1. Tudo pela metade do dobro

A fraude mais comum é praticada por alguns lojistas desleais com os seus consumidores. São aqueles que aumentam os preços na véspera do evento para anunciar descontos mais vantajosos do que realmente são.

O e-commerce vende o item por um valor R$ 150, na véspera ou dias antes aumenta para R$ 200 e na Black Friday anuncia desconto de 50% pelo preço de R$ 105. Na verdade, é um desconto de 30% em relação ao preço original.

Este é um caso comum de má-fé do anunciante. Para não cair neste golpe, faça pesquisa de preços em mais de uma loja e acesse os sites de comparativos de preços como o Zoom, Buscapé e Jácotei antes de fechar negócio.

2. Mudança de preço no carrinho de compras

O período de Black Friday utiliza muito a tática de escassez do tempo. Em outras palavras, os anúncios costumam pressionar o consumidor com relógio de contagem regressiva para terminar o tempo do anúncio ou do estoque de produtos.

São estratégias para despertar o senso de urgência no consumidor. Com pressa para aproveitar a oferta generosa em tempo, o cliente confere se o site é verdadeiro, compara os preços em outros lojistas e se encaminha para o carrinho de compras para aproveitar antes que acabe.

Neste ponto, com o senso de urgência ativado, o consumidor pode cair no golpe do preço original, sem o desconto aplicado. A pressa é tanta que o cliente acaba pagando um valor diferente do anunciado e só percebe depois.

Neste caso, é preciso guardar prints do anúncio original, do carrinho de compra e do comprovante de pagamento para reivindicar os seus direitos como consumidor. Portanto, se o anúncio de senso de urgência for muito agressivo, desconfie! Você pode estar sendo induzido ao erro.

3. Frete mais caro do que o produto anunciado

Outra questão que deve estar no radar dos consumidores é o preço do frete para entrega dos produtos comprados em lojas online.

Há casos em que o preço do produto é realmente vantajoso em relação a sites concorrentes, a loja existe e é conhecida e então o consumidor decide fechar o negócio. Porém, na hora de pagar o valor fica bem acima do anunciado.

Ao verificar a conta final, o preço dos produtos escolhidos está de acordo com o ofertado, mas o frete é abusivo. Os lojistas inserem taxas mais altas para os fretes para compensar os descontos em determinados produtos. Portanto, fique atento para o valor do frete e simule em mais de um site, como o de preços e prazos dos Correios.

4. Prazo de entrega abusivo

O preço está mais baixo do que a média dos concorrentes, o frete é gratuito, você conhece o lojista e é o produto que você deseja comprar. Todos os fatores são favoráveis para você fechar o negócio com alto índice de satisfação. Compra realizada, basta aguardar o pedido chegar. Mas o tempo passa e o produto demora a ser entregue.

É um pequeno detalhe na tela de compra, mas pode mudar completamente o cenário. O site Reclame Aqui registrou aumento de reclamação por atraso ou prazo abusivo de entrega em 2020. No último mês do ano, foram 173.533 reclamações desse tipo, uma consequência da Black Friday de novembro.

Para reduzir o risco de frustração em relação a prazos de entrega, confirme antes de fechar a compra qual o prazo mínimo e o prazo máximo para entrega e veja se você está de acordo.

 

Com Serasa e agências