Análise: Saída de Gayer beneficia Adriana, que está empatada com Vanderlan na disputa em Goiânia

Análise: Saída de Gayer beneficia Adriana, que está empatada com Vanderlan na disputa em Goiânia

Candidatos críticos ao agronegócio aparecem entre as pré-candidaturas mais competitivas em duas das três capitais do Centro-Oeste. As pesquisas mais recentes sobre a corrida eleitoral pelas prefeituras mostram a deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO) entre os dois líderes pelo governo de Goiânia (GO).

A pré-candidata do PT soma 16,5% das intenções de votos na pesquisa divulgada pela Marca Pesquisas & Mercado, do Diário do Poder. Com essa soma, Accorsi aparece empatada tecnicamente com outros dois pré-candidatos: o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), que tem 17,9%, e o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que aparece com 16,8%.

Porém, na última quarta-feira (19), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que Gayer, pré-candidato apoiado por ele, sairá da corrida eleitoral pela prefeitura de Goiânia. Em seu lugar, foi apresentado o nome do deputado estadual Fred Rodrigues (PL), que está inelegível, pois seu mandato foi cassado em 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral, por falta de prestação de contas na sua eleição anterior para vereador em 2020. Com isso o PL está dividido, pois o deputado estadual Eduardo Prado se colocou na disputa, com o discurso de que o PL é oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB). Prado é contra o acordo feito entre Caiado e Bolsonaro para entregar o PL para a candidatura do empresário Sandro Mabel (UB), que é o candidato do Palácio das Esmeraldas em Goiâia.

“Gayer já ganhou projeção além dos limites de Goiás. Ele é uma pessoa extremamente importante para nós dentro do plenário brasileiro e até fora”, explicou Bolsonaro. “Chegamos a um acordo. Essa pré-candidatura em Goiânia não será oportuna. Ele [Fred Rodrigues] é amigo do Gayer, meu amigo, e nós pretendemos levar essa pré-candidatura para a frente.”

Accorsi mantém uma postura crítica ao agronegócio em seus mandatos. Em 2019, quando era deputada estadual, a petista apresentou um projeto de lei que proibia a pulverização aérea de agrotóxicos.

“Os agrotóxicos atingem mananciais, cidades e escolas. Podem ser cancerígenos e causar danos graves”, explicou Accorsi, na época da tramitação do projeto, que foi arquivado pela Assembleia Legislativa de Goiás, após intervenção da Federação da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (FAEG). “A pulverização tem resultado ainda na morte massiva de abelhas, cuja vida é um indicador importante da saúde ambiental de uma determinada região.”

Mato Grosso

Em Cuiabá (MT), o deputado estadual Eduardo Botelho (UB) aparece com 34,5% das intenções de voto, de acordo com a pesquisa da Percent, divulgada em 4 de junho. Em seguida, está o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), que soma 22,8%. Na terceira posição, o também deputado estadual Lúdio Cabral (PT), com 11,7%.

Botelho, que era filiado ao PSB e mudou este ano para o UB, já enfileirou críticas ao agronegócio goiano. Em abril de 2021, quando o país ainda estava imerso na pandemia, o parlamentar fez um apelo aos produtores rurais da região.

“Quais pessoas vão perder emprego e pagar [o preço da pandemia] enquanto outros estão nadando em berço esplêndido? Tem que fazer uma distribuição de renda para o bem de todos”, afirmou Botelho.

“Na hora que eles se reúnem pra escolher um candidato a senador eles são bons. Reúnem, levantam dinheiro, aí eles são ‘os caras’. E elegem quem quiserem. Agora, não é hora também de eles virem à frente e fazer uma grande campanha para arrecadar recursos para ajudar os pequenos, as pessoas que estão passando fome? Vamos abrir essa conversa”, emendou o parlamentar.

Botelho, que é presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), defendeu em abril deste ano a criação de um imposto que prevê a taxação sobre produtos exportados, como soja, algodão, milho e carne, que seriam revertidos para o Fundo Estadual de Transporte e Habitação.

“O que nós vamos fazer é para o povo. Para o povo, para o bem do povo”, defendeu Eduardo Botelho no plenário da ALMT.

 

Mato Grosso do Sul

Em Campo Grande (MS), duas mulheres protagonizam a corrida eleitoral. A atual prefeita Adriana Lopes (PP), que tenta a reeleição, aparece em segundo na pesquisa divulgada pelo Ranking Brasil de Inteligência no dia 10 de junho deste ano, com 13,4%.

À frente está a ex-deputada federal Rose Modesto (UB). Ambas mantêm boas relações com o agronegócio no estado. A candidata do UB chegou a apresentar um projeto de lei, quando era parlamentar, que pedia a criação da Semana do Agronegócio nas escolas do estado.

Com informações do BdF