Abuso de poder econômico pode tirar mandato de Wilder Morais e forçar nova eleição ao Senado

Abuso de poder econômico pode tirar mandato de Wilder Morais e forçar nova eleição ao Senado

MPE e Federação Cidadania-PSDB apontam que empresário teria sido beneficiário da promoção “picanha mito” que vendeu o produto que custava R$ 129 por R$ 22

Ministério Público Eleitoral denunciou Ministério requisitou à Polícia Federal, no dia seguinte às eleições do primeiro turno, a instauração de inquérito policial para apuração de eventual crime eleitoral praticado pelos gestores da empresa Frigorífico Goiás, que teriam feito a promoção “Picanha 22” para beneficiar o empresário Wilder Morais, que foi candidato ao Senado pelo PL

O processo do MPE corre em segredo de Justiça. O quilo foi vendido por R$ 22 sendo que antes, de acordo com o próprio frigorífico, a carne custava em média R$ 129,99. O pedido na justiça é de que seja verificado se houve abuso de poder econômico e captação ilícita de votos. Se ação for acatada, haverá a cassação do diploma do senador eleito, Wilder Morais, podendo ocorrer a convocação de eleições suplementares.

"Picanha mito 22" pode tirar o mandato de Wilder por abuso de poder econômico
Gustavo Lima deixou helicóptero plotado com o 22 no pátio do frigorífico durante a promoção “picanha mito”

O frigorífico é conhecido por sua ligação com o Wilder Morais e o cantor Gustavo Lima, ambos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A empresa chegou a ter um helicóptero envelopado com a foto do atual presidente. Em 2019, esse mesmo frigorífico chegou a lançar também um kit-churrasco Mito.

Além do MPE, a Federação PSDB-Cidadania em Goiás, que lançou a candidatura ao Senado de Marconi Perillo (PSDB), já havia entrado com manifestação junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) para investigar campanha do senador eleito Wilder Morais (PL) nas eleições em 2022. Assim como o MPE, a campanha de Perillo denuncia de que Wilder teria abusado do poder econômico durante o período eleitoral e infringido a legislação.

Além do empresário e do senador eleito, Wilder Morais, também deverão ser investigados o 1º e 2º suplente da chapa: Izaura Cristina Cardoso e Hélio Araújo Pereira.

Na representação feita ao TRE a defesa de Marconi Perillo apontou entrevista ao programa do Ratinho, no SBT, do empresário Leandro Nóbrega, proprietário do Frigorífico Goiás, onde ele disse ao apresentador que venceu 22 mil quilos da ” picanha mito” num só dia.

O advogado desse processo em Goiás é José Eduardo Alckmin, que foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que teve como uma das principais vitórias a restituição da direção do PROS ao empresário goiano Eurípides Júnior.