Não há na Folha, no Globo e no Estadão uma linha de jornalismo sobre as evidências de que grupos articulados estão tentando incendiar o país
A grande imprensa brasileira enfrenta um dos maiores constrangimentos da história do jornalismo brasileiro, com a posição covarde adotada diante dos incendiários de matas e campos da Amazônia, do Cerrado e do Sudeste.
É possível repetir mais uma vez que nem na ditadura o jornalismo das corporações foi tão omisso. Não há nos jornais, até a noite desse sábado, uma reportagem que possa ser chamada de investigativa sobre as queimadas criminosas.
Não há na Folha, no Globo e no Estadão uma linha de jornalismo sobre as evidências de que grupos articulados estão tentando incendiar o país, provocando o mesmo caos planejado para o 8 de janeiro.
É um dos piores momento do jornalismo, que já não conseguia produzir nada de relevante sobre a tentativa de golpe liderada por Bolsonaro.
Os jornalões não têm o que oferecer sobre os chefes golpistas e sobre os chefes dos incendiários. Como nunca tiveram sobre os chefes da grilagem e do garimpo.
A grande imprensa vem dependendo da bravura de Alexandre de Moraes e, no caso das queimadas, das iniciativas de Flavio Dino, ou não teria o que noticiar.
Tudo o que se sabe sobre os grandes crimes cometidos pelo fascismo passa pelas investigações sob comando de Moraes.
Os incendiários dobraram a grande imprensa, que só foi ‘investigativa’, comendo pela mão de Sergio Moro, quando se dedicou à caçada para pegar Lula, no auge do lavajatismo.