Vídeo: Cresce o número de judeus descendentes de vítimas do Holocausto que criticam bombardeios de Israel a Gaza

Vídeo: Cresce o número de judeus descendentes de vítimas do Holocausto que criticam bombardeios de Israel a Gaza

Defensor dos direitos humanos, cientista político judeu estadunidense condena o uso do holocausto para justificar ataques a palestinos, médico judeu canadense critica genocídio em Gaza.

O professor Norman Finkelstein reagiu a uma espectadora, que aos prantos o acusava de antissemita e de não respeitar o povo judeu que sofreu o Holocausto nazista. “Lágrimas de crocodilo”: reagiu o cientista político judeu estadunidense, interrompendo a sua palestra na Universidade de Waterloo. Crítico do governo israelense, Finkelstein disse que é filho de pai e mãe sobreviventes do Holocausto e do Levante do Gueto de Varsóvia, e era justamente por isto que não concorda com o massacre de palestinos que é perpetrado há 75 anos por sucessivos governos de Israel.

“Eu não gosto e não respeito as lágrimas de crocodilo. Eu não gosto de fazer referências ao Holocausto para uma plateia estrangeira, mas agora eu me sinto forçado a isso. Meu falecido pai foi enviado para Auschwitz, minha falecida mãe foi enviada para o campo de concentração de Majdanek. Todos os membros da minha família, de ambos os lados, foram exterminados!”, pontou.

“Os meus pais participaram do Levante do Gueto de Varsóvia, e é precisamente e exatamente por causa das lições que meus pais ensinaram a mim e aos dois irmãos que eu não vou ficar em silêncio enquanto Israel comete seus crimes contra os palestinos”, fuzilou

E completou:

“E eu não consigo pensar em nada mais desprezível do que usar o sofrimento e o martírio deles para tentar justificar a tortura, a brutalização e a demolição das casas que Israel comete todos os dias contra os palestinos. Então eu me recuso a ser intimidado ou a ser amedrontado por estas lágrimas. Se você tivesse um mínimo de compaixão você estaria chorando pelos palestinos, não por você mesma!”, concluiu.

Veja o vídeo:

Já o  médico judeu canadense Gabor Mate, ele próprio sobrevivente do Holocausto, explica por que rompeu com o sionismo. Ele critica a opressão de Israel contra o povo palestino e comenta sobre o uso do rótulo de “antissemita” como estratégia para silenciar os críticos do apartheid israelense.

Confira:

Palestina não é o Hamas, diz professor brasileiro

Victor França fez 13 viagens a Israel e à Palestina

 

O professor de sociologia e filosofia Victor França, 32 anos, natural de São José dos Campos, viajou 13 vezes para Israel para estudar e compreender o conflito com a Palestina, entre judeus e árabes. Ele também já morou seis meses naquela região e tem vários amigos por lá.

A atual guerra entre Israel e o grupo Hamas já soma mais de 6.000 mortos, segundo autoridades.

Pelo menos 4.500 palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde o começo do conflito, no último sábado (7), sendo cerca de 2.500 eram crianças e adolescente. Há também ao menos 14 mil pessoas feridas pelos combates na Palestina. Já em Israel, o número de mortos passa de 1.300, segundo os balanços mais recentes.

Segundo França, é preciso distinguir a Palestina do Hamas, que não são a mesma coisa, e entender as raízes históricas da constituição do Estado de Israel para entender o conflito com os palestinos.

“O que a população Palestina se incomoda é não viver com a liberdade de serem detentores de direitos enquanto cidadãos de um país, porque eles não têm um país”, disse o professor.

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