Putin apresenta proposta de cessar-fogo; mas a Ucrânia rejeita

 O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou nesta sexta-feira (14) uma proposta de cessar-fogo para a guerra contra a Ucrânia. A principal condição é a retirada de militares ucranianos de quatro regiões reivindicadas por Moscou. Além disso, Putin também exige que a Ucrânia abandone qualquer plano de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A fala de líder russo se deu na véspera do Fórum da Paz, que será realizado na Suíça neste final de semana. Com a participação de mais de noventa países, o evento discutirá o conflito no Leste Europeu. A Rússia, no entanto, não foi convidada.

“As condições são muito simples: as tropas ucranianas devem se retirar completamente das Repúblicas Populares de Donetsk, Lugansk, e as regiões de Zaporozhye e Kherson. Gostaria de chamar a atenção para isto: precisamente de todo o território destas regiões dentro das suas fronteiras administrativas que existiam no momento da sua entrada na Ucrânia”, disse Putin.

“Assim que Kiev declarar que está pronta e iniciar uma retirada real das tropas, e também declarar a sua recusa em aderir à Otan, ordenaremos imediatamente um cessar-fogo e começaremos negociações”, completou o chefe do Kremlin, durante uma reunião com alto escalão do Ministério das Relações Exteriores.

As áreas separatistas no Donbass vivem uma guerra civil desde 2014. A Rússia anexou oficialmente as províncias de Donetsk e Lugansk em fevereiro de 2022, três dias antes de enviar tropas para a região. Do ponto de vista russo, ação militar no leste da Ucrânia tem por objetivo proteger as populações russófonas da região. Como resultado, após mais de dois anos e três meses de conflito, a Rússia controla cerca de 15% do território ucraniano.

Ucrânia rechaça proposta

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia reagiu rapidamente à proposta russa. Assim, em nota, os ucranianos afirmam que o objetivo russo é “enganar a comunidade internacional, minar os esforços diplomáticos destinados a alcançar uma paz justa e dividir o mundo”.

“É absurdo que Putin, que planejou, preparou e executou, junto com seus cúmplices, a maior agressão armada na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, se apresente como um pacificador”, acrescentou o ministério.

Ontem, durante a cúpula do G7 na Itália, os líderes dos países ocidentais anunciaram mais um empréstimo de US$ 50 bilhões à Ucrânia. Eles utilizarão ativos russos confiscados na Europa para pagar os juros do empréstimo.

Além disso, os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fizeram um acordo de 10 anos para reforçar as defesas ucranianas. Desse modo, ambas as iniciativas tendem a prolongar ainda mais o conflito. A Ucrânia, porém, sofre com a falta de homens para dar continuidade à guerra.

Putin, por outro lado, chamou de “roubo” o uso de ativos russos congelados no Ocidente para ajudar a Ucrânia. “Apesar de todas as trapaças, roubo continua sendo roubo e não ficará impune”, frisou. Como retaliação, ele ameaça confiscar todos os ativos europeus – como fábricas e refinarias – em território russo. Sobre o acordo entre a Ucrânia e os Estados Unidos, o líder russo considerou um “simples pedaço de papel”, sem nenhum valor jurídico.

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