Um relatório recentemente enviado pela Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte à Polícia Federal aponta indícios de que as blitze realizadas pela Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022 impactaram e atrasaram o fluxo de eleitores.
O documento faz parte de uma investigação sobre se a PRF foi utilizada para interferir na disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório, baseado em uma amostra de 5.830 eleitores em Campo Grande, sugere que as abordagens da PRF na região Nordeste, reduto de Lula, possam ter prejudicado a votação.
É a primeira vez que a Justiça Eleitoral afirma que as blitze tiveram potencial para interferir na eleição. O relatório indica que medidas emergenciais foram tomadas para amenizar o impacto das blitze, observando uma mudança no comparecimento dos eleitores ao longo do dia.
A defesa do ex-comandante da PRF, Silvinei Vasques, argumenta que as blitze visavam coibir crimes eleitorais.
O relatório foi encaminhado à Corregedoria do TSE e enviado ao Ministério da Justiça. O ex-corregedor Benedito Gonçalves elogiou a atuação da Justiça Eleitoral no resguardo do direito ao voto.