A chamada operação “Punhal verde e amarelo”, revelada pelas investigações da trama golpista, mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin. Braga Netto nega participação na articulação, bem como tentativas de obstruir a investigação.
Documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aos quais o GLOBO teve acesso apontaram a participação de produtores rurais na suposta articulação de atos antidemocráticos e no bloqueio de rodovias logo após a derrota de Bolsonaro nas urnas. No relatório intitulado “participação de lideranças do agronegócio em atos antidemocráticos e em ações de contestação do resultado eleitoral”, a Abin detalhou a atuação do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), que reúne produtores rurais, na suposta articulação de atos antidemocráticos.
Em outra frente, um áudio de Mauro Cid obtido pela PF, enviado a um interlocutor no dia 16 de novembro, reforçou o papel de empresários do agronegócio. Na gravação, ele afirma que “empresários do agro” estavam “financiando” e “colocando carro de som em Brasília”. Outro diálogo descoberto no curso das investigações vai na mesma linha. Uma das investigadas, que esteve no QG do Exército, abordou o apoio de empresários do setor para três mil ônibus direcionados a Brasília às vésperas dos atos de 8 de janeiro: “Pessoal do agro lá de Goiânia, dos arredores de Brasília e tudo. O agro botou aí um apoio aí pra três mil ônibus”, narrou.
Desde o início do ano, a PF tem avançado sobre financiadores e mentores da tentativa de golpe de Estado, que culminou na invasão e depredação das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Fonte: Mídia Ninja e O Globo