Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”, é um empresário que tem sido apontado pela Polícia Federal como uma das figuras centrais nas fraudes envolvendo aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com investigações da PF, Antunes foi responsável por repassar mais de R$ 53 milhões a entidades associativas e servidores públicos envolvidos no esquema de fraudes, que teve como alvo o desconto irregular de contribuições dos aposentados.
A investigação também apontou que Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INS”, fez uma doação de R$ 1 à campanha de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A defesa do empresário, no entanto, refuta as acusações e afirma que a inocência de Antunes será comprovada, alegando que os fatos apresentados não condizem com a realidade.
O lobista, conhecido pela ligação com o sistema de fraudes no INSS, foi identificado como o “epicentro da corrupção ativa” nas investigações. O papel de Antunes era o de intermediário financeiro, recebendo valores das entidades que praticavam os descontos irregulares e repassando-os a servidores de alto escalão do INSS.
Ele movimentava grandes quantias de dinheiro por meio de pelo menos 22 empresas registradas em seu nome, atuando em setores variados como consultoria, call center e comércio varejista. Além disso, os investigadores identificaram que ele realizava os repasses de forma extremamente rápida, o que dificultava o rastreamento dos valores.
Segundo a PF, o “Careca do INSS” mantinha, sob nome de terceiros, diversos carros de luxo para esconder o patrimônio incompatível com seu cargo.
Veja a lista de carros de luxo do “Careca do INSS”
Porsche Boxster 2018
Porsche Taycan 2022
BMW 330E 2022/2023
Hyundai Azera 3.0 V6 2014/2015
Porsche 911 CAR GTS 2024
Porsche Macan/S 2022
Jaguar LD Limited 2023/2024
VW/Golf GT1 AC 2019
Audi A3 SB Híbrido 2022/2023
Porsche Taycan 2020/2021
BMW Z4 SDrive2.3I 2010/2011

Entre os envolvidos no esquema estão figuras de destaque dentro do INSS, como Virgílio Filho, ex-procurador-geral do órgão, André Fidelis e Alexandre Guimarães, ex-diretores do INSS. De acordo com as investigações, Antunes repassou R$ 9,3 milhões para esses servidores. O ex-procurador-geral Virgílio Filho, por exemplo, recebeu R$ 7,5 milhões por meio de uma das empresas de Antunes, a Ambec.
Já o ex-diretor de benefícios, André Fidelis, teria recebido R$ 1,5 milhão por meio de seu filho, também advogado. O esquema de corrupção se estendeu ainda para a esposa de Virgílio Filho, que, segundo a PF, teria recebido R$ 7,5 milhões, além de um Porsche Taycan 2022 que foi transferido a ela.
A operação “Sem Desconto”, deflagrada pela PF para combater o esquema de fraudes, revela que Antunes utilizava suas empresas para fornecer serviços de consultoria a entidades que realizavam descontos indevidos nas aposentadorias e pensões.
Além de sua participação direta nas fraudes, a investigação da Polícia Federal destacou que Antunes usava diversas estratégias para ocultar o verdadeiro destino dos valores, incluindo a movimentação de grandes somas de dinheiro em curtos períodos e a criação de empresas de fachada para dificultar o rastreamento.
A Polícia Federal já descobriu que o caso criminoso foi implantado durante a gestão de Bolsonaro, mais precisamente em 2019, primeiro ano do governo passado. O esquema permaneceu operando até 2024, embora em 2023 já tivesse sido detectado e estivesse sendo alvo de um procedimento em âmbito administrativo por parte da Controladoria-Geral da União (CGU), que após reunir um farto arcabouço probatório acionou a PF.
Com agências