O que o Brasil deve esperar da visita  de Xi Jinping neste domingo

O presidente chinês Xi Jinping inicia uma visita de Estado ao Brasil no domingo (17) para fortalecer a confiança e a coordenação política mútua.

O líder chinês também vai participar da cúpula do Grupo dos Vinte (G20) no Rio de Janeiro, onde vai apresentar sua visão de um mundo justo em meio a uma economia global volátil e um ambiente internacional incerto.

A atual visita de Xi ao Brasil é a segunda em cinco anos.

É planejado que vá manter conversações com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre relações bilaterais, questões internacionais e regionais de interesse comum e participe de uma cerimônia de assinatura de documentos de cooperação.

História e associação

Às vésperas da visita, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning disse que a visita do presidente chinês ao Brasil contribui para:

O fortalecimento da confiança política mútua entre os dois lados;

A consolidação do caráter estratégico, inovador e de liderança das relações bilaterais;

O alinhamento das estratégias de desenvolvimento dos dois países;

O aprofundamento da comunicação estratégica e da coordenação entre os dois lados em questões globais importantes.

“E, de mãos dadas, dará início aos próximos ’50 anos dourados’ das relações sino-brasileiras.”

Ela acrescentou que, no último meio século desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 15 de agosto de 1974 entre a China e o Brasil, seus laços sempre mantiveram um desenvolvimento saudável e estável, uma cooperação prática frutífera em vários campos diante das mudanças internacionais.

Elas já representam um modelo de unidade, cooperação e desenvolvimento para outros grandes países em desenvolvimento.

A chancelaria chinesa também observou que “a amizade entre a China e o Brasil tem uma longa história, flui como o rio Yangtze e o rio Amazonas, e a ponte da amizade conecta as duas terras quentes por milhares de quilômetros”.

“Há cerca de 200 anos, o primeiro grupo de produtores de chá chineses atravessou o oceano até o Brasil para cultivar chá e ensinar sua arte, e as sementes da amizade semeadas agora se transformaram em grandes árvores e floresceram em frutos”, ressaltou o vice-representante oficial do ministério Lin Jian.

A Cúpula do G20 sobre “construção de um mundo justo e um planeta sustentável” será realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro.

Xi Jinping fará um discurso na cúpula e terá um intercâmbio aprofundado com os líderes de todos os países.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse anteriormente que a participação de Xi Jinping na Cúpula do G20 ressalta o firme apoio de Pequim ao multilateralismo e reflete a grande importância que a China atribui à cooperação do G20.

É amplamente esperado, acrescentou a chancelaria chinesa, que o G20 desempenhe seu papel como o principal fórum para a cooperação econômica internacional, dê impulso ao avanço do crescimento econômico mundial e indique o caminho para uma melhor governança econômica global.

Reuniões planejadas

O lado chinês ainda não anunciou com quais líderes mundiais Xi planeja se reunir à margem da cúpula.

No entanto, a mídia relatou prováveis conversas com o chanceler alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer para discutir as relações bilaterais, os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

Se o encontro entre Xi e Starmer acontecer, vai ser o primeiro contato face a face entre os líderes britânico e chinês em quase sete anos.

Lula fara 11 reuniões bilaterais

Na véspera da abertura da Cúpula de Líderes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um dia intenso, com reuniões bilaterais com 11 chefes de Estado e de Governo neste domingo (17). Os encontros ocorrerão do Forte de Copacabana, mesmo lugar em que o presidente se encontrou neste sábado (16) com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Após participar da sessão de abertura do Urban 20, grupo de cidades dos países membros do G20, Lula inicia a maratona de encontros bilaterais às 10h30, com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. A África do Sul será o próximo país a presidir o G20, recebendo o comando do grupo na terça-feira (19).

Em seguida, às 11h20, Lula se reunirá com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. Às 12h10, o presidente se encontrará com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Essa será a terceira reunião entre os dois. Em junho do ano passado, o presidente se encontrou com a primeira-ministra em visita à Itália. Em junho deste ano, Lula se reuniu novamente com Meloni na reunião do G7 (grupo das sete maiores economias do planeta), realizada no país europeu.

Após uma pausa para o almoço, Lula se encontrará com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, às 14h15. Às 15h, terá reunião com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A série de encontros bilaterais continua às 15h, com o presidente do Vietnã, Pham Minh Chinh, e às 16h40, com o presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço.

Às 17h30, Lula se reunirá com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan. Os dois devem conversar sobre o pedido da Turquia de integrar o Brics, bloco de economias emergentes fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo o governo turco, o Brics ofereceu recentemente à Turquia status de país sócio. Às 18h20, o presidente brasileiro se encontrará com o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi.

A maratona de encontros bilaterais termina às 19h30, com uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron. Às 20h20, Lula encerrará o dia com um encontro com o presidente da Bolívia, Luis Arce.

Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará da maioria das reuniões. Ele acompanhará Lula nos encontros com os presidentes da África do Sul e da França, com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, com a presidenta da Comissão Europeia e com os primeiros-ministros da Malásia e da Itália.

Haddad terá uma reunião bilateral às 17h40 com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no Hotel Fairmont, que hospeda boa parte das comitivas oficiais da reunião do G20. Esse encontro não terá a participação de Lula.

Com Agência Brasi e Sputnik Brasil

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