Além de apontar vitória sobre todos os candidatos da direita, comparação indica que, no mínimo, a avaliação do petista parou de piorar
por Chico Freitas
Não só a constatação de que Lula venceria qualquer dos adversários da direita em um eventual segundo turno, a pesquisa Genial/Quaest, divulgada em duas etapas nestas quarta (2) e quinta-feiras (3), aponta ao menos mais um aspecto que pode ser considerado positivo para o presidente. Em análise comparativa com outros levantamentos, os números indicam que a avaliação do petista pode ter parado de piorar.
Tivesse feito uma pesquisa em fevereiro, as curvas comparativas da Quaest evidenciariam eventualmente a desaceleração de rejeição a Lula. O último levantamento do instituto, financiado pelo Banco Genial, foi realizado em janeiro e constatou o menor saldo (-2) entre todos os institutos à época. Com o lapso de fevereiro, o impacto das curvas (-2 para -15 em março) na queda da aprovação e no crescimento da desaprovação realmente assustam.
A regra de comparação entre pesquisas distintas é analisar os saldos, como ensina o sociólogo, cientista político e pesquisador Antônio Lavareda, do Ipespe. Se houvesse Quaest em fevereiro, ela poderia mostrar um indício de estabilização. No mínimo. O saldo entre aprovação e desaprovação de Lula, por exemplo, no Datafolha, era -17 em janeiro e baixou para -14 em meados de fevereiro. Na CNT/MDA, do final de fevereiro, o saldo já apontava os -15 que a Quaest mostra agora.
Outro ponto que pode ser considerado positivo para o presidente Lula é que os 41% que o aprovam atualmente, segundo a Quaest, representam um contingente de 64 milhões de eleitores. No segundo turno de 2022, o então candidato obteve 60 milhões de votos ao bater Jair Bolsonaro em definitivo.
Outro ponto a considerar é que este não é o ano da eleição, o julgamento de Bolsonaro e sua gangue procegue e vai produzir efeitos negativos para a extrema-direita, que deve marchar dividida no próximo pleito.