Mercado prevê redução nos juros, inflação menor e PIB maior em 2025

O mercado voltou a corrigir as previsões sobre a economia brasileira em 2025. Desta vez, o entendimento dos economistas ligados ao mercado financeiro é de aumento maior do PIB (Produto Interno Bruto) e queda mais acentuada da inflação, como aponta o Boletim Focus divulgado nesta terça-feira (22).

A previsão atualizada semanalmente no documento do Banco Central com as indicações de líderes de instituições financeiras é de que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminará 2025 em 5,57% – a previsão da semana anterior estava 5,65%.

O teto da meta de inflação (intervalo de tolerância) é de 4,5%, portanto ultrapassaria pouco mais de um ponto caso a estimativa se confirme. No entanto, o sinal de queda vindo do mercado, com os juros se perpetuando em um patamar alto por um longo período, podem ser indicativos de que a inflação tende a convergir para dentro do intervalo estabelecido ao longo dos próximos meses. Para 2026 e 2027, a expectativa do mercado se manteve em 4,5% e 4%, respectivamente.

No acumulado do último ano (últimos 12 meses), a inflação atual está em 5,48%.

Mercado prevê alívio gradual de juros

A taxa básica de juros, a Selic, está atualmente em 14,25% ao ano, reflexo de um ciclo prolongado de aperto monetário. Na última reunião, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros pela quinta vez consecutiva, em um ponto percentual, sob a justificativa de conter a inflação de serviços e o impacto de preços voláteis como alimentos e energia.

O Copom avalia que a economia brasileira segue aquecida, mesmo com sinais de moderação, e adiantou que deve seguir com aumentos “em menor magnitude” na próxima reunião de maio. Para o fim de 2025, o mercado projeta que a Selic possa cair para 12,5%, recuando para 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

Enquanto o Banco Central mira o controle inflacionário, o aperto nos juros pressiona o crédito e afeta diretamente o consumo e os investimentos. Com o financiamento mais caro, o crescimento da economia acaba limitado, dilema que exige sintonia entre as ações do BC e as medidas do governo para manter a economia girando.

PIB em recuperação e dólar sob controle

Do lado do crescimento, a projeção do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi ajustada para cima: de 1,98% para 2%. Para os anos seguintes, a expectativa de expansão segue em 2% ao ano. Os números confirmam a resiliência da economia brasileira, que cresceu 3,4% em 2024, o quarto ano consecutivo de avanço e o melhor resultado desde 2021.

A estimativa para o dólar permanece sob controle, com cotação esperada de R$ 5,90 no fim deste ano, e R$ 5,96 até o fim de 2026. O câmbio estável é um fator-chave para manter os custos de importação e os preços de combustíveis e alimentos dentro de uma faixa previsível.

Inflação ainda desafia, mas cenário inspira confiança

Apesar da queda nas projeções, o dado mais recente do IBGE mostra que a inflação fechou março em 0,56%, puxada principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos. Ainda assim, o resultado representa uma desaceleração significativa em relação a fevereiro (1,31%). No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 5,48%.

O dado reforça um movimento de resfriamento gradual da inflação, em linha com os objetivos da política econômica. O desafio, agora, é equilibrar a trajetória dos juros com o estímulo ao crescimento, um esforço que exige não apenas firmeza do Banco Central, mas também coordenação com as medidas estruturais do governo federal.

A previsão mais otimista para o PIB, somada à inflação em desaceleração, reforça que a economia brasileira está reagindo com mais estabilidade do que muitos previam. O próximo semestre será decisivo para consolidar esse ritmo.

Boletim Focus, com informações da Agência Brasil 

+ Notícias

Categoria

Notícias recentes