Manifestação fraca na Avenida Paulista e insucesso nas urnas mostram Bolsonaro em decadência
Os tios e tias do whatssap não lotaram a Avenida Paulista, como noutros tempos. Dos cerca de 150 mil que estiveram ao ato em fevereiro, convocado pelo pastor Silas Malafaia e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pouco menos de 40 mil compareceram neste sete de setembro.
“Os drones mostravam que pouco mais de dois quarteirões da Paulista foram ocupados. O jornalista Fabrício Rinaldi, do DCM, que acompanhou e filmou o ato, está certo de que o ajuntamento foi um fiasco”, pontua o jornalista Moises Mendes, no seu blog.
A cobertura jornalística de vários sites e agências de notícias verificou que a boa parte dos presentes ao ato era de cabos-eleitorais de campanhas de candidatos bolsonaristas.
“A Paulista foi tomada por centenas de cabos eleitorais ligados às campanhas de direita em São Paulo, especialmente de vereadores. Numa avaliação não científica, este repórter — que esteve presente na manifestação do 24 de fevereiro de 2024 — diria que na escala do entusiasmo houve uma notável queda, de 8 para 5”, registra o experiente Luiz Carlos Azenha em matéria da Revista Fórum.
Candidatos bolsonaristas não empolgam
O bolsonarismo também vai mal nas eleições em Goiás e no Brasil. Nas principais capitais brasileiras os candidatos do PL, sigla que abriga o ex-presidente Bolsonaro, comem poeira.
Em Goiânia Fred Rodrigues é o penúltimo colocado, a frente apenas do prefeito Rogério Cruz. Nos municípios goianos mais populosos bolsonaristas também estão sendo derrotados. Os candidatos do PL estão perdendo em Anápolis, Águas Lindas, Luziânia, Catalão, Rio Verde, Jataí, Trindade e Senador Canedo.
Nas maiores capitais brasileiras o bolsonarismo também vai mal. No Rio de Janeiro, terra da família Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem toma uma surra de 6×1 do prefeito Eduardo Paes.
Em Belo Horizonte, Mauro Tramonte segue líder com 30% e na quarta posição, com 13%, está Bruno Engler (PL), que tem o apoio de Nikolas Ferreira (PL), o deputado mais votado do Brasil.
Ja em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes, que tem apoio de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas, está perdendo para o ex-coach Pablo Marçal e para o deputado Guilherme Boulos.
Tudo indica que o movimento bolsonarista perdeu o fólego e vai fraquejar nas eleições. A única novidade eleitoral no campo da extrema-direita é Pablo Marçal, mas este mistura o discurso bolsonarista com o apoio explícito de elementos ligados ao crime organizado, indicando que, no futuro próximo, o bolsonarismo pode trocar o PL pelo PCC.