BC dos EUA reduz taxa de juros, no Brasil, Campos Neto quer aumentar

O Federal Reserve (Fed), que é o Banco Central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (18/9) um corte de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, levando-a para o intervalo de 4,75% a 5% ao ano. Esta é a primeira redução na taxa de juros desde março de 2020, quando o Fed buscou mitigar os impactos econômicos da pandemia. No Brasil o presidente do Banco Central,  Roberto Campos Neto, faz lobby para aumentar a taxa Selic de 10,50% para 10,75%

Nos Estados Unidos a decisão de reduzir os juros foi amplamente antecipada pelo mercado, seguiu as sinalizações recentes do presidente do Fed, Jerome Powell. Ele havia sugerido a possibilidade de cortes nas taxas para impulsionar a economia norte-americana, que enfrenta uma desaceleração em setores-chave. No entanto, o tamanho do corte, de 0,50 ponto percentual, surpreendeu analistas, que ainda debatiam se o ajuste seria menor, de 0,25 ponto percentual.

Segundo especialistas, a redução dos juros tem como objetivo aliviar as condições financeiras e estimular o crescimento econômico, especialmente em um momento de incertezas globais. Com a decisão, o Fed busca incentivar o consumo e os investimentos, ao tornar o crédito mais barato para empresas e consumidores. No Brasil Campos Neto critica a política econômica e industrial do presidente Lula, que tem cobrado a queda dos juros, porque, segundo Campos Neto, a redução dos juros vai estimular o consumo, a produção e a geração de emprego. Segundo teoriza Campos Neto, o aumento do emprego não é bom para o Brasil. Mas, segundo o FED, aumentar empregos é bom para os EUA.

Juros excessivos prejudicam o Brasil

O gasto no Brasil com juros está acima do registrado por outros países em desenvolvimento e em nações desenvolvidas. Os países mais ricos gastam com juros só 40% do que investem em saúde e educação. Também gastam com juros o equivalente a 70% do investimento público.

No Brasil, o gasto anual com juros equivale a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, segundo a ONU –o PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Em outros países, sejam ricos ou em desenvolvimento, esse valor é cerca de 2%.

O Brasil, entretanto, tem uma dívida pública menor que a de outros países. Segundo a Unctad, ela equivale à cerca de 85% do seu PIB. Em países ricos, a média é de 108%.

Para o Brasil, o gasto com a dívida é maior justamente porque o juro cobrado sobre ela é mais alto. Hoje, a taxa básica de juros na economia brasileira, a Selic, está em 10,5% ao ano. Ela serve como base para correção da dívida pública nacional. No país, o gasto com juros é o dobro do gasto com saúde e educação combinados. A despesa com juros também é quase o dobro de todo o investimento público feito pelo governo anualmente.

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