Vídeo: Jornalistas criticam o projeto de deputado da bancada evangélica que condena mulheres estupradas à cadeia

Vídeo: Jornalistas criticam o projeto de deputado da bancada evangélica que condena mulheres estupradas à cadeia

Jornalistas Adriana Araújo, Natuza Nery , Daniela Lima e Miriam Leitão criticam o projeto “talibã” e fundamentalista do deputado da bancada evangélica Sóstenes Cavalcante (PL-SP) que penas de prisão às mulheres vítimas de estupro, normalmente cometidos, muitas vezes dentro da família, por pais e parentes, que são descritos como “homens de bem e cristãos”.

“Não é só um retrocesso, é a barbárie. A discussão não é religiosa, moral. Você, eu, temos todo direito do mundo de termos nossas próprias opiniões sobre esse tema. Mas não é sobre nossas opiniões que estamos tratando. O que estamos tratando é de uma legislação hoje em vigor”, diz Natuza Nery.

 

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), aprovou regime de urgência do PL 1.904/2024, que prevê a equiparação do aborto ao homicídio caso a gestação já esteja com mais de 22 semanas, em mais um aceno à bancada bolsonarista, visando sua sucessão na presidência da Câmara. O autor da proposta, Sóstenes Cavalcante (PL-SP) está fazendo propaganda político do tema, tratando a questão como vitória da bancada evangélica.

O PL, que “acresce dois parágrafos ao art. 124, um parágrafo único ao artigo 125, um segundo parágrafo ao artigo 126 e um parágrafo único ao artigo 128, todos do Código Penal Brasileiro, e dá outras providências”, foi apresentado por Cavalcante, mas tem outros 31 autores, todos ligados ao bolsonarismo e à “Bancada da Bíblia”.

O detalhe é que estes co-autores da  bancada evangélica e têm estreita ligação com Malafaia, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), entre outros que atuam como soldados de Bolsonaro e seu “conselheiro espiritual” na Câmara – veja a lista de autores.

 

Em 2022, o Brasil registrou cerca de 75 mil casos de estupro – o maior da série histórica, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Seis em cada dez vítimas eram crianças de até 13 anos, 57% eram negras e 68% dos estupros ocorreram na residência das vítimas.

 

Fica a pergunta para o pai, “cidadão de bem”: se sua filha de 12 anos for estuprada você vai querer que ela leve em frente a gravidez? Você vai ajudar a criar o filho do estuprador?

 

Com informações da Revista Fórum e redes sociais