O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou ao público nesta sexta-feira (9) a íntegra do vídeo da reunião em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instiga seus ministros a adotar medidas de teor golpista para reverter a vantagem do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes após inúmeras publicações jornalísticas com a divulgação de trechos da reunião ocorrida em 5 de julho de 2022.
“Alguém tem dúvida do que vai acontecer no dia 2 de outubro? Qual é o resultado que vai estar lá às 10 da noite na televisão? Alguém tem duvida disso? Dai vai entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal… Vai para puta que pariu, porra. Ninguém quer virar a mesa, ninguém quer dar o golpe, ninguém quer botar tropa na rua, fechar isso, fechar aquilo. Nós estamos vendo o que está acontecendo, vamos esperar o que?”, diz Bolsonaro durante a reunião.
O vídeo foi encontrado no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado democrático de direito (PET 12.100), autorizada pelo ministro do STF.
Em autorização dos mandados judiciais, o ministro Alexandre de Moraes destacou que a reunião divulgada nesta sexta-feira (9) revela o arranjo de dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte”. O magistrado também destaca outro trecho do vídeo, que mostra o então presidente ordenando a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral. De acordo com Moraes, todos os participantes ajudaram a difundir as mentiras, como a defesa do voto impresso que visavam colocar em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas. Além de ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aos ministros do STF.